Adeus a ‘todes’: Buenos Aires proíbe linguagem neutra

Foto: reprodução

O Ministério da Educação de Buenos Aires informou na quinta-feira 9 que vai regular o uso da linguagem neutra nas escolas da cidade. O objetivo é “facilitar o processo de aprendizagem dos alunos”.

A decisão foi tomada em conjunto com especialistas e foi apresentada após a obtenção dos resultados das avaliações educacionais aplicadas nas escolas da capital, que mostraram que o mais afetado pela pandemia foi a compreensão da leitura, na qual se obteve um resultado médio, que mostra um retrocesso de quatro anos.

“Os professores têm de respeitar as regras da língua espanhola quando estão à frente da sala de aula e nas suas comunicações”, disse Rodríguez Larreta, prefeito de Buenos Aires, nesta sexta-feira, 10, em coletiva de imprensa. “Depois, cabe a cada um ao longo da vida como adaptar isso e o uso que deseja dar, mas na escola você tem de respeitar a língua espanhola”, reiterou.

Segundo a ministra da Educação de Buenos Aires, Soledad Acuña, os professores devem “realizar comunicações de acordo com as regras da língua espanhola, suas normas gramaticais e diretrizes oficiais para seu ensino”.

O novo padrão baseia-se na premissa de que a língua espanhola oferece várias opções para se comunicar de forma inclusiva, sem a necessidade de deturpá-la ou adicionar maior complexidade à compreensão e à fluência da leitura.

Conforme detalhado pelo ministério, trata-se de uma medida que “se aplica apenas ao conteúdo ministrado em aula, ao material que é entregue aos alunos e aos documentos oficiais dos estabelecimentos de ensino”.

A medida atinge escolas públicas e privadas da cidade e os três níveis obrigatórios (inicial, primário e secundário).

Buenos Aires segue recomendação de instituições

A resolução baseia-se na recomendação da Academia Argentina de Letras, que propõe preservar o ensino da língua em todos os níveis de ensino e trabalho. “Queremos que nossos alunos escrevam com certa fluência e correção e, acima de tudo, entendam o que você lê e escreve”, destacou o ministério.

A pasta também levou em conta a orientação da Real Academia Espanhola no relatório sobre a linguagem inclusiva: “O uso do ‘@’ ou das letras ‘e’ e ‘x’ como supostas marcas de gênero inclusivo é estranho à morfologia do espanhol”.

*Revista Oeste



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