O baiano João Almeida, deputado federal por cinco mandatos seguidos entre 91 e 2011 pelo PSDB, teria recebido R$ 690 mil em propina da Odebrecht, conforme relatos de ex-executivos da empreiteira aos procuradores da Lava Jato.
Segundo os delatores, os pagamentos ao ex-parlamentar eram para que ele defendesse interesses da Odebrecht na Câmara Federal.
As referências a Almeida aparecem nas delações dos ex-executivos Claudio Melo Filho e Pedro Novis, além de Emílio Odebrecht, dono da companhia baiana. De acordo com os depoimentos, Alemida foi funcionário da empresa, mas deixou a carreira para ingressar na política.
De acordo com Claudio Melo Filho, no período que o tucano esteve na Câmara, a Odebretch começou a ser “ameaçada” em concessões de rodovias por empresas espanholas, que “apresentavam propostas em valores muito inferiores às concorrentes”. Uma dessas rodovias era a BR-324, na Bahia.
O pedido de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviado ao ministro Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (STF), aponta que o ex-deputado “não só levou o tema na comissão de infraestrutura da Câmara, como disse ter apresentado uma representação junto ao TCU [Tribunal de Contas da União] pedindo esclarecimentos”. A petição de Janot foi remetida à Justiça Federal do Distrito Federal, uma vez que Almeida perdeu foro privilegiado por estar sem mandato.
“Com isso, João Almeida ajudou a Odebrecht, já que a empresa sempre lhe repassava recursos. Em 2010, foi realizado pagamento a pretexto de campanha a João Almeida, no valor de R$ 500 mil”, diz o pedido de investigação.
Nos depoimentos da delação premiada, o ex-diretor Pedro Novis cita repasses que teriam sido feitos em anos anteriores, por vias legais e ilegais. Segundo ele, Almeida recebeu doações oficiais – ou seja, declaradas à Justiça Eleitoral – de R$ 100 mil, em 2002, e de R$ 90 mil, em 2006, conforme aponta publicação do site G1 deste domingo (16).
*Bocão news
