PGR Inicia processo contra Isidório por falas transfóbicas contra deputada

O deputado Pastor Isidório (Avante-BA) com uma bíblia na mão durante discurso no plenário da Câmara — Foto: Paulo Sérgio / Câmara dos Deputados

Uma investigação foi iniciada contra o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) por suspeita de transfobia durante uma reunião da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, ocorrida no dia 19 do último mês. Durante o encontro, que discutia um projeto de lei proibindo o casamento homoafetivo, o parlamentar proferiu comentários considerados ofensivos.

Isidório declarou: “Homem nasce como homem, com ‘binga’, portanto, com ‘pinto’, com pênis, mulher nasce com sua cocota, sua ‘tcheca’, portanto sua vagina. Mesmo com as suas fantasias, homem, mesmo cortando a ‘binga’, não vai ser mulher. Mulher, tapando a cocota, se for possível, não será homem”. Ele ainda enfatizou que “Deus criou naturalmente homem e mulher”.

O deputado também afirmou que “não adianta, pode botar dois homens em uma ilha, duas mulheres na próxima ilha, que você chegando lá vai encontrar a mesma coisa. Coloque-se homem e mulher numa ilha separada que, ao chegar, vai encontrar a procriação, vai encontrar a família. Então, homem com homem não procria, essa é a nossa constituição”.

Além disso, Isidório se referiu à deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) como “meu amigo”. Em resposta, Hilton representou contra Isidório no Ministério Público Federal (MPF), solicitando a responsabilização criminal do parlamentar por violência política de gênero, crime cuja pena varia de um a quatro anos de reclusão, além de multa. O despacho, assinado pela vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, justificou a investigação com base no “binômio viabilidade e utilidade da investigação”.



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