“A matemática não bate”, diz Uberdan em resposta à Secretária de Administração sobre dívidas da prefeitura

Estarrecido e temeroso. É assim que o vereador Uberdan Cardoso (PT) diz se sentir ao ver  a dívida atual do município de Santo Antônio de Jesus. De acordo com ele, os débitos do município estão próximos dos R$ 30 milhões, fato que foi negado pela secretária de administração do município, Luciene Oliveira.

Em entrevista à Rádio Andaiá, nesta quinta-feira (07), Uberdan Cardoso rebateu as explicações dadas ontem pela secretária.  “O que nós vimos na prestação de contas do município, do exercício de 2015, é que existem de restos a pagar, R$ 29. 329.609. Desse valor, pouco mais de 21 milhões são restos a pagar não processados”. O vereador afirmou que a quantia empenhada e liquidada é de apenas 7 milhões (dívida líquida e certa).

“Vinte milhões não liquidados significa que o município não tem saúde financeira. Não tem condições de arcar com esse custo”, disse Uberdan. A secretária havia afirmado que o município possui R$  18.737.000 em caixa e que o débito seria apenas de pouco mais de 3 milhões. Porém, o vereador apresentou outros números. “Eu me pergunto, o município deixou de 2014 um débito de R$ 23.153.000. Pagou R$ 9 .888.000. Só que o município contraiu mais 16 milhões, indo a dívida para 29 milhões.”

Uberdan disse estar preocupado com os prováveis lesados pela suposta dívida municipal, e que a prefeitura estaria em sério risco de não conseguir fechar essa conta. “Esses 29 milhões estão aí para serem pagos até 31 de dezembro porque o gestor do município não pode em final de mandato deixar restos a pagar sem cobertura financeira. A pergunta é: o município vai ter condições de pagar essa dívida até 31 de dezembro? Ou o prefeito vai deixar recursos pra pagar essa dívida? A matemática não bate. Ora, se não vai poder pagar, alguém vai ficar sem receber”, declarou .

Na opinião de Uberdan, a dívida municipal é reflexo de excessos de gastos, já denunciados por ele anteriormente, e que poderiam ser evitados, em um momento econômico de restrições financeiras no país. “Foi eu quem veio na mídia falar das quentinhas, falei das assessorias, falei dos super-salários que a prefeitura paga. Fui eu que falei que era inaceitável o prefeito fazer uma reforma administrativa quando a crise era anunciada. Enquanto o Brasil todo procurava segurar os gastos, Santo Antonio de Jesus procurava gastar mais e agora quem tá sendo penalizado é o servidor. Porque é decreto em cima de decreto fazendo ajustes de contas, mas não enxugam a máquina, porque encheu-se a máquina com funcionários demais e ela está emperrada sem poder andar e contraindo dívidas e mais dívidas”, desabafou.

O vereador afirmou, ainda, que falta capacidade de administração e que a gestão municipal age de forma imprudente.  “Não estou criando terrorismo, não estou fazendo cavalo de batalha com isso, nem sendo irresponsável. Eu não posso ser cúmplice de má gestão. Agora, muitos desses que tem sua empresa e que estão aí como “restos a pagar”, correm o risco de receber calote”, finalizou o vereador.



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