Faustino Cunha conta sua experiência como primeiro vice-prefeito de Santo Antônio de Jesus

Conhecido na cidade, Faustino Cunha, colecionou ao longo dos seus 87 anos de vida muito conhecimento sobre sua terra amada. Como o primeiro vice-prefeito  do município, Faustino conta um pouco da sua experiência na política. Confira abaixo na íntegra:

Às vezes me perguntam porque fui vice-prefeito de Santo Antônio de Jesus e a minha experiência neste cargo. Vou explicar, Santo Antônio de Jesus é uma cidade que eu amo. Tudo o que fiz foi por amor à terra tanto que, eu não recebia o salário de vice-prefeito.

Existiam em certa época dois grupos políticos: Jacú e Beija-flor, aliás até hoje ainda se fala nesses grupos. Eu fiz parte dos dois. Mas naquela época, por um motivo qualquer o meu grupo rompeu com o Beija Flor, e daí eu perdi duas eleições, uma com o dr Rosalvo Fonseca e outra com Aurino Sales. O meu tinha enfraquecido, eu precisava fortalecer meu grupo, o que eu pude fazer?

Comecei a conversar com Dr Ursicino Pinto de Queiroz, que era o Baluarte do grupo beija flor, para que ele aceitasse ser prefeito de Santo Antônio de Jesus. Nossa amizade era grande, eu era muito amigo do pai dele Valdemar pinto de Queiroz. Política é dialogo, é conversa, é mostrar a realidade. Então comecei a mostrar que nossa cidade apesar de José Trindade Lobo e Florentino serem dois homens bons, duas pessoas honestas, homens de bem, quando se falava de visão política eles haviam chegado a um ponto em que precisavam melhorar.

Eu sabia que Ursicino tinha uma visão larga, assim como seu pai Valdemar Queiroz e outros políticos que conheci – a exemplo de Humberto Guedes, inclusive, na época, o meu grupo era o mesmo de Humberto. Eu tentei em uma certa feita fazer Ursicino candidato único, acertamos tudo até que o Dr. Gorgônio Araújo Neto, hoje juíz aposentado, achou que não devia, achou que deveria ser José Trindade Lobo, de quem eu havia me afastado politicamente (tinha preferido ficar com Rosalvo Fonseca e perdemos a eleição).

Daí que eu comecei, como se diz na gíria, a namorar a política. Eu participava bastante da política santoantoniense mas nunca havia sido candidato a nada, vim ser candidato em 1976. Conversamos com Ursicino, mostramos a ele que SAJ precisava crescer, evoluir e se desenvolver e que essa política que estava aí não ia resolver isso, perguntei se ele aceitaria ser candidato. Quando passou uns dias ele disse, em uma conversa na casa de Dr Antônio José de Araújo que seria candidato com uma condição: se eu fosse seu vice. Eu respondi, fechado. Saímos de lá eu, Fernando Araújo e Dr Frederico Araújo já com essa chapa na mão, mas ainda faltava conversar com Humberto Guedes que estava meio arranhado com Ursicino naquele período. Eu não tinha autonomia para impor nada, então eu conversei com Dr Rosalvo e ele mandou chamar Ursicino para ser candidato a prefeito de Santo Antônio de Jesus. Assim saiu a minha candidatura a vice-prefeito de Ursicino pinto de Queiroz.

Ganhamos. E fizemos um excelente governo! Quem viveu a época de Ursicino Pinto de Queiroz sabe. Eu nem era chamado de vice-prefeito, era chamado de coprefeito. Ursicino não fazia nada sem me ouvir, ás vezes a gente apenas dialogava e quando eu achava que ele tinha razão eu abria mão da história. Mas sempre foi assim, fomos um prefeito e vice-prefeito muito unidos, e contribuímos bastante para a história de Santo Antônio de Jesus. Naquela época você procurava um pedreiro e não achava, estavam todos fazendo obra pública. Fizemos a estação Rodoviária, o Ginásio de esporte, complexos policiais, muita coisa mesmo.

Diga-se de passagem, na época também foram escolhidos grande vereadores como Dr José Reis Filho e José Edmundo Pinto de Queiroz, entre vários outros que ajudou o legislativo a crescer muito e nos ajudou a crescer a cidade. A cidade que nós vemos hoje partiu daí, ela estava adormecida.



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