A professora Renilda Barreto entregou, na noite de quarta-feira (19), ao prefeito de Santo Antônio de Jesus, Genival Deolino, seu pedido de exoneração da Secretaria Municipal de Educação. Na quinta-feira (20) ela cedeu uma entrevista ao programa Andaiá Urgente, da Rádio Andaiá FM.
O Blog do Valente destacou pontos da entrevista e falas onde ela apontou suas contribuições, relação com gestão e oposição, e indiretas sobre situações que contribuiriam para sua saída.
Veja as falas abaixo:
1. Discordância com decisões da gestão:
“Eu passo a não comungar com algumas decisões administrativas, então, eu não posso estar em uma gestão onde eu não concordo com algumas decisões politicas e administrativas”.
2. Encontrou títulos de eleitores em pilhas na Secretaria quando assumiu:
“Quando chegamos na Secretaria de Educação, quase duzentos professores tinha seus pleitos contidos, retidos. Era uma demanda reprimida enorme, porque havia antes da gente o cenário político: ‘votou em mim é atendido, tem pedido do vereador da minha base, o pedido é atendido, não é vai ficar com o pedido na gaveta”.
“Quando cheguei na Secretaria encontrei pastas enormes com um monte de pasta de eleitor. Eu mandei jogar tudo fora e incinerar. Eu dizia: ‘Por que tanto titulo de eleitor? ‘Não isso aí é do processo seletivo’. Aí é falei: mas pra que tanto titulo de eleitor? Está pedindo também carteira de reservista? Então, eu notava praticas totalmente contrárias a minha conduta ética profissional como servidora pública que sempre fui”.
3. Se recursou a fazer pressão para funcionários irem para eventos políticos:
“Obvio que tem um grupo muito incomodado, que foi o grupo que exigiu que as diretoras quando eu entrasse fossem todas exoneradas porque eram diretoras da gestão anterior. Tanto eu, como o prefeito nos opusemos. A exoneração tem que ser porque a pessoa não está atendendo a requisitos de mérito na escola. Você não deve exonerar uma pessoa porque ela voltou no outro”.
“Outra coisa também que desagradou muito certos grupos políticos, foi que na eleição para deputado eu me recusei a fazer aquele tipo de prática, que quem é da rede municipal sabe, de levar tanto os efetivos que ocupam cargos comissionados e os não efetivos, os nomeados, aos comícios, ao campo politico. Eu convidava, mas jamais obriguei”.
4. Prefeito ficou consternado com sua saída:
“Na casa dele, no reservado, eu disse: ‘prefeito, estou entregando o cargo agora a noite, a carta já está pronta’. Ele ficou muito sentido, muito consternado, muito consternado mesmo”.
5. Contribuições para gestão:
“A gente deixa uma contribuição importante na gestão do prefeito Genival Deolino, em troca de toda credibilidade que a gente teve, da autonomia. Genival nos deu autonomia de trabalho. Deixamos uma contribuição que eu desejo que entranhe nas vidas das crianças é o modelo de educação de escola que é a Pedro Kilkerry”.
7. “A pior oposição é aquela que não é explícita”:
“Vou repetir a fala de meu maior opositor, que foi o professor Uberdan, nós tivemos confrontos republicanos homéricos, tanto na Câmara, como nas emissoras, mas há uma coisa que respeito muito na oposição: quando ela é frontal. Eu e o professor Uberdan, eu lembro que quando a gente ia entrar as audiências subiam. A pior oposição é aquela que está no subterrâneo, aquela que não é explicita. A que é velada. O nefasto é a oposição subterrânea. Não explicita”.
Assista à entrevista completa abaixo:
Renilda também contestou, já em sua carta de saída (que pode ser lida abaixo), a fala do empresário Ditinho, que afirmou, em entrevista ao Blog do Valente, que o crescimento da cidade vem pelo esforço do setor privado e que o setor público – em particular a educação sob sua gestão – acabou com o ensino e o respeito da cidade.
Leia a carta na íntegra:
