Pessoas com diabetes devem redobrar cuidados com os rins

O diabetes mellitus é a principal causa de doença renal crônica dialítica no mundo. Tanto no diabetes tipo1 (criança e adolescente) quanto diabetes tipo 2, entre 25 a 40% dos pacientes desenvolvem a nefropatia diabética e os pacientes diabéticos com doença renal crônica têm 15 vezes mais mortalidade geral do que paciente sem doença renal crônica. Isso porque a presença da doença renal crônica está associada às complicações cardiovasculares.

Os números apresentados durante videoaula para os profissionais da Atenção Primária de Saúde pela nefrologista do Cedeba, Rita Barreto, estão sendo repetidos no Novembro Diabetes Azul para a alertar sobre a necessidade do diagnóstico precoce do acometimento da função renal no paciente diabético. O diabético é paciente de risco para problemas renais porque a doença predispõe a macrosvasculopatias (doenças dos vasos sanguíneos) que podem atingir o cérebro, o coração, membros inferiores e os rins, explicou a nefrologista

Diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce – observou a especialista – tanto para pode retardar a progressão, quanto estacionar a doença ao grau que não leve o paciente à doença renal crônica dialítica, cujo tratamento (hemodiálise) ou diálise peritoneal é sempre muito temido. E não pode ser interrompido. É bom lembrar – observou – que, em muitos casos, com a evolução da doença, o transplante é a saída, mas ainda não é uma realidade para todos, porque faltam doadores”

Os cuidados com os rins devem ser preocupação de toda a população, mas para os diabéticos é necessário redobrar a atenção, como explica Rita Barreto. O primeiro sinal de problema nos rins, segundo a nefrologista do Cedeba, é a microalbuminúrica (perda de proteína pela urina). Caso o paciente não mude o estilo de vida, com alimentação adequada, controle da obesidade e da hipertensão, prática de exercícios físicos, caminhos que ajudam a manter glicemia sob controle, o problema renal se agrava.

Por isso – avaliou – é muito importante o acompanhamento multidisciplinar para o diabético como oferece o Cedeba para que a equipe de saúde trabalhe no controle da progressão da doença renal e também na prevenção do problema. Mas os cuidados devem começar na Atenção Básica de Saúde.

Nos casos de diabetes tipo 2 (DM2), como o diagnóstico num percentual elevado é feito quando o paciente já tem complicações – a nefropatia é uma das situações, como também infecções no pé, Acidente Vascular Cerebral – com pouco tempo esse grupo apresenta nefropatia.

De acordo com Rita Barreto, é muito importante que as pessoas verifiquem a pressão arterial, façam exames de glicemia pelo menos uma vez por ano e também tenham uma vida saudável: evitar o sedentarismo, o cigarro, a ingestão exagerada de sal. Também é muito importante evitar a automedicação, principalmente os anti-inflamatórios.

Números

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), estima-se que haja atualmente no mundo, 850 milhões de pessoas com doença renal, decorrente de várias causas. A Doença Renal Crônica (DRC) causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano, com uma taxa crescente de mortalidade.

De acordo com a nefrologista, a DRC e a Insuficiência Renal Aguda (IRA) são condições impactantes para o aumento da morbidade e mortalidade de outras doenças, em função dos seus fatores de risco, como diabetes, hipertensão e da presença de infecções por hepatites, HIV, malária e tuberculose presente em muitos lugares do mundo. Em crianças, a DRC e a IRA também implicam em uma morbidade e mortalidade significativas.

Fonte: Sesab



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