Uso indiscriminado de medicamentos para prática de atividades físicas podem levar a emergências médicas, alerta especialista

Especialista alerta para riscos do uso de Tadalafila e anabolizantes na musculação

O uso indiscriminado de substâncias como a Tadalafila por pessoas que praticam musculação tem gerado preocupação entre especialistas da área da saúde. Segundo alerta o urologista Dr. Carlos do Hospital Santo Antônio, ouvido pelo Blog do Valente, não há qualquer comprovação científica de que o medicamento oferece benefícios para o ganho de massa muscular.

Imagem: reprodução

Dr. Carlos é formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pós graduado em urologia, com prática em cirurgia robótica e experiência em cirurgia laparoscópica. 

“Não existe nenhum estudo científico que comprove o benefício da Tadalafila para a musculação. Isso não existe”, afirmou o médico. Apesar de causar vasodilatação – ou seja, aumentar o calibre dos vasos sanguíneos –, o uso do remédio fora da indicação médica pode trazer graves consequências à saúde.

Entre os riscos apontados estão o aumento da probabilidade de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, além da dependência psicológica. “Tem gente que só consegue treinar se usar a Tadalafila. Isso vira um ciclo de dependência”, alerta o especialista. O uso abusivo pode ainda provocar priapismo – uma ereção dolorosa e prolongada, considerada uma emergência médica que pode levar à perda permanente da função erétil.

O médico também destacou a relação entre o abuso de esteroides anabolizantes e a disfunção erétil. “Toda pessoa que abusa de esteroide vai ter disfunção, porque o corpo entende que não precisa mais produzir testosterona naturalmente”, explicou. Isso leva muitos a recorrer a medicamentos como a Tadalafila para tentar compensar os efeitos colaterais, iniciando um ciclo perigoso de automedicação.

Outro ponto de destaque é o impacto psicológico. De acordo com o especialista, há pacientes jovens, com menos de 30 anos, que acreditam só conseguir ter desempenho sexual com o uso do medicamento, apesar de não apresentarem nenhuma disfunção física real. Em muitos casos, esses homens têm ereções normais durante a masturbação, mas dependem do fármaco em relações com parceiras, evidenciando um problema de origem emocional.

O especialista ainda deixou um alerta sobre os hábitos sexuais: “A masturbação em excesso também pode atrapalhar o desempenho sexual. Não estou dizendo para ninguém parar, mas é preciso equilíbrio, porque isso pode afetar o desejo na hora da relação com o(a) parceiro(a)”.

O médico reforça a importância de procurar orientação profissional antes de utilizar qualquer medicamento, especialmente os voltados para funções específicas do organismo. O uso indiscriminado pode ter consequências sérias e, muitas vezes, irreversíveis.



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