Novos áudios da JBS sugerem propina a ministro do PRB e caixa 2 a Aécio, diz revista

Foto: Douglas Gomes / Divulgação / PRB

Novos áudios entregues pela JBS ao Ministério Público Federal (MPF) supostamente sugerem que os empresários pagaram cerca de R$ 6 milhões em propina ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira. Pereira é presidente nacional do PRB, sigla ligada à Igreja Universal. De acordo com a revista Veja, uma outra gravação teria conversas sobre um pagamento de R$ 12,3 milhões ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os áudios, obtidos pela revista Veja e publicados pelo O Globo, mostrariam Joesley Batista, um dos donos da J&F, negociando o repasse diretamente com o ministro do governo de Michel Temer. “Eu não lembro mais a conta”, diz Joesley. O ministro responde o número e o empresário começa a fazer contas em voz alta, pedindo “ajuda” para somar os pagamentos do dia. “Então, anota aí… Mais seiscentos e vinte”, conta Joesley. “Seis, é isso aí… É isso aí”, teria dito o ministro. Outro áudio mostraria o executivo Ricardo Saud, da JBS, conversando com um primo de Aécio, Frederico Pacheco, sobre preocupações quanto ao pagamento de caixa 2 para a campanha do tucano à Presidência em 2014. Saud afirma que uma das empresas do grupo pagou R$ 12,3 milhões a Vasconcelos mas, apesar do marqueteiro emitir as notas fiscais em favor da JBS, nenhum serviço teria sido prestado. “Tem uma coisa que está me preocupando demais. O Paulo Vasconcelos vai sair chamuscado, você sabe, né? Eu paguei R$ 12,3 milhões para ele de nota. Eu não tenho nenhum serviço desse cara. Não tem nada, zero”, comenta Saud com o primo de Aécio. “Isso é grave. Tem que resolver isso”, rebate Frederico. O executivo acreditava que a Polícia Federal podia apreender as notas frias emitidas. “Se derem uma batida lá e forem no talão de nota, vão pegar R$ 12,3 milhões da JBS na data da campanha do Aécio sem nenhum serviço pra nós. O que você acha que vai ser? Sem nenhum serviço pra nós”, diz o empresário, antes de sugerir uma alternativa. “Se ele quiser, eu dou pronto pra ele um vídeo ou um catálogo, produção interna nossa, e ele assina, faz de conta que ele fez. Por que ele não faz um contrato comigo? Vai ter que fazer retroativo dentro desse mês. Tem que resolver dentro desse mês”. Um outro áudio, a irmã de Aécio, Andrea Neves, aparece negociando a compra do apartamento da mãe deles por Joesley. Ao jornal O Globo, a assessoria do ministro Marcos Pereira informou que não iria comentar a reportagem e que ele vai esclarecer a sua relação com o empresário Joesley Batista “perante autoridade interessada na verdade”. O texto diz ainda que Pereira já manifestou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o interesse em dar explicações. Também em nota, Aécio não menciona o áudio dos supostos pagamentos ao marqueteiro. “Novas gravações que haviam sido escondidas pelos delatores comprovam que Andrea Neves procurou o Sr. Joesley Batista exclusivamente para tratar da venda de um apartamento da família. Isso comprova que os delatores, mais uma vez, mentiram e que as outras gravações que apresentaram à Justiça foram induzidas e manipuladas com o objetivo de produzir aparências de provas que justificassem seus acordos de delação premiada, suspensos exatamente pela falta de credibilidade do que disseram”, diz a nota do senador.

*BN



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