Robinson Almeida fala em entrevista sobre pré-candidatura a deputado estadual e julgamento de Lula; confira

Na manhã desta terça-feira (16), o pré-candidato a deputado estadual, Robinson Almeida falou na Rádio Andaiá FM sobre sua candidatura, projetos para o Recôncavo, o apoio do diretório do PT de Santo Antônio de Jesus, dentre outros assuntos.

Confira na íntegra a entrevista abaixo:

Léo Valente – Robinson, nós vimos uma sinalização, chamou até atenção, a surpresa do pessoal já que tem aquela discussão de que o PT, em tese, faz parte da base do Governo já que o vereador do PT é líder do Governo na Câmara. Mas Grande parte do diretório do Pt chegou a dizer que, se confirmando uma candidatura sua, que iria apoiar o senhor. Como é que está sendo essa costura aqui e em outras cidades da região?

Robinson Almeida – Bom dia, Leo Valente! Bom dia a  todos que nos ouve pela Andaiá FM. Eu queria, em primeiro lugar, saudar a todos aí pelo ano de 2018, desejar um ano de muitas conquistas e superação. Pra mim, em particular, organizei o desafio de apresentar uma pré-candidatura a deputado estadual. Fiz isso após conversa com lideranças aqui do estado: com o governador, com o ex-governador Jaques Wagner, que me sugeriu que concentrasse os esforços para apoiar o nosso projeto aqui no estado. Eu estou desde a primeira hora participando como secretário de estado e depois no plano federal, representando como deputado. Na minha nova caminhada de deputado estadual, estou organizando um conjunto de territórios para representar esse novo conceito de territórios de identidades. O território do Portal do Sertão, que tem Feira de Santana como uma cidade importante, o território de Salvador e Região Metropolitana e, especialmente, o território do Recôncavo pelo apoio em várias cidades como Cruz das Almas, com o prefeito Orlandinho; Dom Macedo Costa, com o prefeito Guito; Conceição do Almeida, com o vice-prefeito Dilson; e aqui em santo Antônio de Jesus, a minha terra, onde várias lideranças também abraçaram esse projeto de candidatura. Então eu tenho buscado construir uma plataforma porque não é apenas uma questão de vontade, é um projeto político, então defender o Recôncavo é uma bandeira para minha pré-candidatura. As obras estruturantes que vão impactar economicamente, culturalmente, socialmente na região faz parte das minhas prioridades, da minha atuação parlamentar, em particular, o acompanhamento em relação à ponte Salvador-Itaparica que trará um reflexo muito grande na região do Recôncavo e no Baixo Sul, a duplicação da BR-101, que é outra obra estruturante de acompanhamento e apoio político. Estou nas tratativas e nas conversas com essa base social, base política que é minha origem. Os sindicatos aí em Santo Antônio o sindicato do s comerciários, dos trabalhadores de agentes comunitários de saúde, o pessoal da APLB, os segmentos ligados à Igreja Católica. Então eu busco também a representação desses segmentos organizados da sociedade para que suas lutas tenha uma voz em defesa, tenham o apoio e a solidariedade de um parlamentar comprometido com as causas populares. Então esse é o estágio da minha pré-candidatura e para minha alegria tenho conseguido conquistar muitas adesões importantes.

Léo Valente – Robinson, mudando de assunto… A gente volta a falar sobre a expectativa. Aliás, ainda dentro da eleição. A gente fala já já sobre o Estado. Mas como é que tá, qual a expectativa que você tem em relação ao julgamento de Lula? Há quem diga que o relator, que já há uma tendência, que teria demonstrado em entrevista sobre o seu posicionamento. Mas o senhor tem esperança de que o Lula não seja condenado no dia 24?

Robinson Almeida – Olha. Léo. Estou, inclusive, com uma viagem marcada, irei para Porto Alegre dia 23, vou participar desse acontecimento, desse julgamento que acho que é o fato político mais importante do mundo nesse mês de janeiro. Lula não é qualquer pessoa, Lula é a maior liderança popular que surgiu no Brasil nos nossos 500 anos, inegavelmente. Daqui a 50 anos quando os historiadores forem contar a verdadeira história do Brasil não vamos ver a importância histórica que Lula teve para o nosso país, como hoje nós percebemos, por exemplo, a importância do ex-presidente Getúlio Vargas. Lula está sendo perseguido, Lula não está sendo julgado de forma imparcial. A Justiça Brasileira, infelizmente, tem tido um comportamento que não é o esperado pela sociedade. Os juízes falam sobre a matéria que vai analisar e julgar antes mesmo de se debruçar sem ler o seu entendimento. O presidente TRF4, que vai julgar Lula, disse que era uma peça irretocável sem mesmo ter lido ela, quando o juiz de 1ª instância, Moro, condenou Lula. Então tudo leva a crer que é um jogo de cartas marcadas, que há um julgamento político e não uma análise jurídica do processo. Para cada um que está nós ouvindo entender, vamos aos fatos: o presidente Lula é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, quando ele era presidente, e essa vantagem indevida é um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo. Todo o levantamento de informações e provas que foram tentadas nesse período, não conseguiram chegar a comprovação que esse apartamento é do presidente Lula. Não há uma escritura no nome dele, não há um termo de recibo, promessa de compra e venda. Lula nunca morou no apartamento, nunca dormiu no apartamento. E, pelo contrário, a OAS colocou esse apartamento como penhora de uma dívida dela junto a outros credores. A propriedade do apartamento é da OAS e não de Lula. Então, como é que alguém pode ser condenado por um crime se não há materialidade sobre ele? É a mesma coisa acusar alguém de ter cometido homicídio quando não há cadáver, não há corpo, então não há fato determinado. Então é essa é a razão, o Brasil está assistindo, infelizmente, a um capítulo muito triste de a nossa justiça está fazendo política e não análise técnica dos fatos e o anuncio prévio de uma condenação. Por isso que há essa revolta, essa indignação de vários segmentos e Porto Alegre deve sediar um dos maiores movimentos de rua dos últimos tempos de solidariedade e protesto. Porque no fundo o que querem é tirar Luiz Inácio Lula da Silva da corrida presidencial de 2018. Todas as pesquisas apontam ele como favorito e a sua  condenação vai implicar que eu TSE, baseado na lei da ficha limpa, pode indeferir a sua candidatura e tirá-lo da corrida presidencial que ele disputa como favorito. Esse é o interesse político de um processo que começou lá atrás com o afastamento da presidenta Dilma, sem comprovação de crime de responsabilidade e que segue com o governo Temer retirando os direitos dos trabalhadores com as nefastas reformas, e tem continuidade com impedimento de Lula por que o retorno do presidente Lula significa uma reviravolta do que foi feito nesse período do governo temer. E quem comandou esse processo todo, não quer voltar ao ponto inicial de desmonte que o Brasil sofreu no último período. Essa é a minha impressão. Infelizmente, o meu sentimento é que a sentença já está dada, anunciada há muito tempo. E não se baseia em uma análise técnica, jurídica de um processo que Lula foi acusado.

Léo Valente – Voltando para a questão política local, como você vê o fato de o vereador de mandato Uberlan Cardoso e, provavelmente, Clóvis também, que faz parte do governo, não marchando, necessariamente, com alguém do partido. Isso é entendido dentro do partido como algo natural: vereador integrante não apoiar alguém da sigla? Também tem o outro lado, da mesma forma que alguém pode achar isso incoerente, alguém pode achar incoerente fazer parte de um governo e não apoiar a sua estrutura, o candidato daquele governo.

Robinson Almeida – Essa é uma situação nova. O PT na eleição passada apoiou o atual prefeito e desse apoio desdobrou sua participação no governo municipal. As questões políticas de 2018 e de 2020, creio que são objetos de análise nesse ano. Ao menos o diretório municipal do PT tem colocado uma postura de apoio a nossa candidatura e a gente tem conversado. Amadurecido em cima de um programa que representa o Recôncavo e represente também Santo Antônio de Jesus. Os outros companheiros que fazem parte da gestão e da administração, eu ainda não conversei com eles para saber qual é o posicionamento, qual é o alinhamento político. Creio que isso será tratado num clima democrático de discussão e de reflexão, e qualquer que seja o caminho, isso vai ser uma posição unitária do partido, amadurecida com todos os companheiros. Ainda há um tempo a percorrer, ainda estamos no mês de janeiro para que essas decisões ocorram de forma madura e unitária, que tem sido o caminho escolhido pelo PT.

Léo Valente – Não vai faltar tempo pra gente conversar sobre o Estado, sobre Rui Costa, sobre a ponte, que o povo também já espera algo de concreto, algo que a gente veja além de pagar projeto porque já vieram duas campanhas, já vai ser a terceira com a promessa da ponte.

Robinson Almeida – Nessa situação que está o Brasil, recentemente rebaixado por uma agência de riscos, é muito difícil atrair investimentos porque tem um presidente que governa o país, denunciado, duas vezes julgado na Câmara… Então para qualquer investidor internacional bota um centavo no país é muito difícil. O governador Rui Costa tem feito um esforço muito grande visitando outros países para convencer esses investidores que aqui na Bahia é diferente, que se respeita a democracia, que se respeita as regras, que cumpre os prazos. Está marcado para abril o leilão em relação às empresas interessadas no projeto da ponte. Isso está andando mesmo enfrentando as turbulências do momento. É um projeto caro: R$ 8 bilhões de reais e o Estado não tem dinheiro em caixa par investir R$ 8 bilhões e quer fazer uma parceria público privada para que esses investidores possam participar desse grande empreendimento que, sem dúvida nenhuma terá uma repercussão econômica fantástica no Baixo Sul e no Recôncavo. Vamos continuar perseverando, lutando, essa é uma das minhas bandeiras para que vire concreto o nosso sonho de ter uma ligação direta entre a ilha de Itaparica e o município de Salvador.

 



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