“O Queiroz cuida da vida dele e eu cuido da minha”. Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro reagiu ao responder se esperava que Fabrício Queiroz , o ex-assessor de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), ainda estivesse negociando cargos na Câmara e no Senado. Contrariado por ter sido questionado sobre o tema, Bolsonaro ameaçou encerrar a entrevista.
Disse ainda não ter ouvido o áudio em que Queiroz revela as tratativas. Indagado se a revelação do áudio teria sido originada pela guerra de seus filhos com o presidente do PSL, Luciano Bivar, Bolsonaro respondeu: “Não sei, não falo mais com Queiroz, mas vou ouvir o áudio”.
O presidente confirmou ter conversado com “quatro ou cinco” parlamentares do PSL, “há uns dez dias”, sobre a crise partidária: “Tenho direito, são do meu partido”. O presidente voltou a dizer que o desfecho desta crise pode ser sua saída do PSL.
Queiroz é investigado pelo Ministério Público do Rio por suposta prática da rachadinha — quando os servidores comissionados devolvem parte dos salários. Ele esteve no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio entre 2007 e 2018 e, no período, emplacou sete parentes na estrutura.
*OGlobo