Com as intensas precipitações que afetam Salvador, a Embasa ressalta a importância de não retirar irregularmente as tampas dos poços de visita da rede pública de esgoto para escoar água das ruas, enfatizando a separação adequada entre os sistemas de drenagem e de esgoto em residências.
De acordo com dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), o mês de abril registra um total de 676,2 mm de chuva, um dos mais elevados dos últimos anos, ocasionando diversos transtornos, como alagamentos e deslizamentos de terra.
É comum ocorrer confusão entre as estruturas da rede de drenagem pluvial e a rede de esgoto. Enquanto o sistema de esgotamento sanitário, operado pela Embasa, trata águas sujas provenientes de imóveis residenciais e comerciais, a rede urbana de drenagem pluvial, sob responsabilidade da prefeitura, lida com o escoamento da água da chuva que atinge toda a cidade.
Portanto, é essencial compreender que a rede de drenagem possui aberturas para escoar a água pluvial, ao passo que a rede de esgoto é subterrânea e isolada do ambiente externo.
“A rede de esgoto é projetada para receber apenas o esgoto dos imóveis, e não o grande volume das águas pluviais (de chuva). O lançamento indevido dessas águas na nossa rede provoca obstruções, extravasamentos e até o retorno de esgoto ao domicílio, multiplicando os transtornos”, explica Thaís Vieira, superintendente de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário da Embasa na RMS.
“Mesmo que a rede de esgoto esteja entupida por conta desses fatores, é um erro dizer que o alagamento foi causado por conta dela, pois o equipamento responsável por escoar a água de chuva é a rede ou canais de drenagem”.
Com o aumento das chuvas, torna-se essencial realizar manutenções no sistema de esgoto, devido ao acúmulo de sujeira levada pela água da chuva para dentro das tubulações. Somente em 2023, foram realizadas 25 mil desobstruções na rede de esgoto em Salvador, visando remover areia, pedras, buchas e principalmente lixo, este último responsável por mais de 50% das obstruções, decorrente do uso inadequado das redes internas e públicas de esgoto.
Ligação obrigatória
Por lei, o usuário é proibido de lançar água de chuva nas tubulações de esgoto, seja ela proveniente de telhados, calhas, bicas, terraços, pátios ou áreas livres. Tal lançamento é considerado uma ligação irregular por comprometer a rede coletora e causar danos à saúde da população e ao meio ambiente.
Manuella Andrade, diretora de Operação da Embasa na Região Metropolitana de Salvador, explica que os proprietários devem ligar seus imóveis à rede coletora de esgoto sempre que essa infraestrutura estiver disponível na rua.
“Isso é fundamental para que o sistema de esgotamento sanitário possa cumprir seu papel de evitar que o esgoto vá parar na rede de drenagem e, consequentemente, nos rios e praias”, destaca.
Saiba como usar corretamente o sistema de esgoto:
- Nunca ligue água de chuvas nas redes coletoras. Elas são dimensionadas para receber apenas esgoto. A ligação indevida provoca transbordamento nas vias públicas.
- As águas de chuva devem ser conduzidas para as sarjetas, de onde vão para as bocas de lobo e seguem seu trajeto para córregos, ribeirões e rios;
- Não jogue lixo (cabelo, plástico, absorvente, camisinha, fio dental, cotonetes, etc.) no vaso sanitário ou nas caixas de esgoto.
- Limpe periodicamente as caixas de gordura.
- Não interligue a rede de esgoto na galeria de águas pluviais.
- Mantenha as caixas de inspeção bem vedadas.
- Não jogue lixo dentro do poço de visita (PV). Coloque-o em saco plástico e deixe-o no local e horário indicados pela prefeitura.
- Não jogue óleo de cozinha na pia, pois causa entupimento da rede de esgoto. Coloque o resto de óleo em garrafas pet e doe para reciclagem.
