Sismólogo da UFRN explica a causa para tremores de terra na região do Vale do Jiquiriçá

 

Em entrevista à Rádio Andaiá FM, no programa Levante a Voz desta quarta-feira, 31, o sismólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Leandro Alexandre, falou sobre os tremores de terra que correram na última semana na região do Vale do Jiquiriçá. Segundo o sismólogo, embora existam poucos registros, os tremores são normais no Brasil e na região Nordeste.

Leandro explica que o Brasil está situado numa região chamada de intra placa, o que significa que não estamos nas bordas das placas tectônicas – local onde costumam acontecer os abalos mais intensos. Isso faz com que as movimentações no Brasil sejam leves e aconteçam com uma pequena frequência, sem risco de geração de riscos maiores como ondas muito grandes ou até mesmo tsunamis.

Ainda segundo o profissional, os fenômenos acontecem devido a movimentação da terra. Quando a vibração encontra o ar, temos o barulho semelhante ao de um trovão e é possível sentir o impacto com duração e intensidade que podem variar, O sismólogo alerta que essa é uma situação normal, que pode ser monitorada, mas ainda não há como ser prevista. Os abalos costumam estar classificados entre 2 e 3 pontos na Escala Richter – escala de base 10 que mede a intensidade dos tremores.

Nos últimos dez anos, o país investiu em estudos e monitoramento de abalos sísmicos em todas as regiões, tornando possível mapear as localidades onde os fenômenos acontecem.

 

Relembre o caso

 

Um tremor de terra com duração de cerca de quatro segundos assustou moradores da cidade de Santo Antônio de Jesus e de várias localidades da região durante a madrugada e o início da manhã deste sábado, 27. O abalo já havia sido sentido no município de São Miguel das Matas na última quara-feira, 24, quando o barulho de uma explosão teria causado um tremor de pelo menos três segundos. Desta vez, além de São Miguel das Matas, que voltou a sentir o tremor com mais intensidade, também foram afetados municípios como Laje, Mutuípe, Conceição do Almeida e Amargosa.

O programa Levante a Voz, da Rádio Andaiá recebeu ligações de ouvintes que relataram o ocorrido. Eles afirmam que o tremor causou estranhamento e medo em diversos moradores que chegaram a sair de suas casas em busca do que estaria acontecendo.

Moradores da cidade de Mutuípe afirmam que acordaram assustados com o tremor e com o balanço de portas e utensílios domésticos. Em São Miguel das Matas, muitas pessoas que disseram não ter sentido o abalo ocorrido na quarta-feira, 24, confirmam nesta madrugada. Quem já tinha sentido o fenômeno por lá, relata que desta vez foi ainda mais forte.

Na cidades de Laje e Conceição do Almeida os moradores estão intrigados com o acontecimento, tendo em vista que o Brasil, em especial o Recôncavo, não costuma registrar ocorrências de abalos sísmicos.

Em Santo Antônio de Jesus, moradores do centro e de outros pontos da cidade também sentiram o tremor que gerou estranhamento e curiosidade.

Internautas de toda a região utilizaram as redes sociais para compartilhar suas experiências diante do fato curioso. Alguns relatam medo, outros utilizam do bom humor e tem ainda quem acredite que estes sejam sinais do apocalipse. Segundo uma foto que circula entre os aplicativos de mensagem, em São Miguel das Matas o galho de árvore chegou a ser derrubado com o impacto.

 

 



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