Criança da BA aguarda há quase 10 meses por medicamento à base de canabidiol

Foto: Reprodução / TV Bahia 

Uma família de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 Km de Salvador, relata que espera há quase 10 meses pelo cumprimento de uma liminar, expedida pela Justiça, para que o estado forneça um medicamento à base de canabidiol para tratamento de epilepsia de uma criança de 11 anos.

Cada frasco do medicamento custa em torno de R$ 2,5 mil e dura 15 dias.

Thalita Ribeiro, mãe de Taine Vitória, conta que a filha tem graves crises convulsivas e precisa do medicamento à base de canabidiol. Devido à necessidade, Thalita acionou a Justiça e conseguiu que o estado fosse encarregado dos custos do acompanhamento domiciliar e ventilação mecânica. Esses itens ela conseguiu o custeio, entretanto, o fornecimento do remédio ainda não ocorreu.

De acordo com a mãe da criança, foi expedida uma liminar favorável à família em 28 de julho de 2020, para que o remédio fosse entregue, mas até o momento a determinação não foi cumprida.

“Até hoje, ela não foi cumprida. Junto com a Defensoria Pública, eles têm recorrido. Eles me pedem notas fiscais, fotos das rifas que venho fazendo para poder arquivar o processo, para ver se dá uma adiantada, mas estamos tendo muitas dificuldades”, disse.Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) informou que o processo referente ao canabidiol está em andamento. Além disso, a Sesab disse que por se tratar de medicamento importado, demanda mais tempo.

Para comprar o medicamento em que cada frasco custa em torno de R$ 2,5 mil, a mãe relata que faz empréstimos bancários e conta com a doação de pessoas próximas.

Para o último frasco do remédio ela conseguiu a doação de R$ 900. A menina recebe o auxílio Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas o valor não é suficiente para o tratamento.

“O dinheiro que ela ganha, o BPC, vou ter que pagar o empréstimo e refazer outro empréstimo para comprar a medicação. E é assim, faz empréstimo, paga, e faz outro novamente”, disse.Caso

De acordo com a família, a criança não tinha nenhum problema de saúde. Porém, aos 5 anos, começou a ter crises convulsivas. Desde então, ela ficou internada várias vezes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança (HEC), que fica no município.

“Não tinha noção que minha filha poderia chegar no estado que chegou. Quando ela fez 6 anos, ela teve a primeira internação na UTI, e então foi que eu vi que a doença era muito maior do que eu imaginava”, disse a mãe.

De acordo com Thalita, a situação da criança se agravou nos últimos três anos. Hoje, Taine Vitória não fala, não anda, vive acamada e respira por meio de ventilação mecânica.

Com o agravamento do quadro, Thalita passou a cuidar integralmente da criança. Segundo a família, a doença dela é de difícil controle por meio dos medicamentos já utilizados para epilepsia e a criança precisa usar um medicamento à base de canabidiol.

*G1



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