Acusado de furto na Zara, homem é retirado de banheiro para ‘devolver’ mochila que comprou

Acusado de furto na Zara, homem é retirado de banheiro para ‘devolver’ mochila que comprou — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um homem negro foi retirado do banheiro do Shopping da Bahia, em Salvador, após ser acusado de furtar uma mochila. Segundo informações do G1 a mochila teria sido comprada minutos antes em uma das lojas da Zara.

Luís Fernandes Júnior é natural de Guiné-Bissau e reside na Bahia  há sete anos, na cidade de São Francisco do Conde.

“Fui na loja da Zara procurar a mochila que eu queria, porque a minha estava velha. Conversei com o atendente, que foi muito cordial, e conseguimos encontrar a mochila por meio do código do produto, no aplicativo. Eu então deixei a mochila no caixa e saí da loja para sacar o dinheiro. Depois retornei para pagar pela mochila e saí com minha compra, com o comprovante de pagamento”, contou.

Depois pagar pela mochila, Luís deixou o troco no caixa porque estava com pressa para sair do shopping. Ele então foi ao banheiro, que fica próximo à saída de acesso à estação do metrô da rodoviária.

“Ele ficou atrás de mim. De início, eu não liguei porque não tinha ideia de que seria comigo aquilo. Aí ele chegou perto de mim e falou: ‘eu quero que você devolva agora a mochila que você roubou na loja da Zara’. Eu respondi que tinha comprado a mochila e ainda falei que tinha o comprovante, mas ele não quis ouvir e insistiu para que eu devolvesse”.

Mesmo com a situação explicada pelo atendente da loja e o comprovante de pagamento da mochila, o segurança se recusou a devolver a mochila para Luís.

O jovem contou ainda que procurou pelo responsável pela segurança, mas foi tratado de forma desdenhosa.

“Tenho graduação em Ciências Humanas, licenciatura, e faço duas pós-graduações, uma delas em Gênero e Direitos Humanos. Eu sei o que é racismo. Me senti humilhado por ser negro. Foi como se ele tivesse me matado e me deixado na rua, de qualquer jeito. Doeu muito. E em nenhum momento eles pediram desculpas. Eu cheguei em casa arrasado”, disse.

Luís não conseguiu registrar o caso em uma delegacia no mesmo dia, porque passou mal com a situação. Agora, com um advogado, ele pretende fazer o boletim de ocorrência para que casos como os dele parem de se repetir.



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