Diversos peixes são encontrados mortos em praia Cabuçu

Foto: reprodução

Diversos peixes mortos foram enconcontradas na praia de Cabuçu, distrito de Saubara, a aproximadamente duas horas de Salvador, nesse domingo (24/7). A maioria dos peixes encontrados eram xaréus pesando cerca de 7 kg, cada. Segundo moradores e pescadores, trata-se de pesca predatória, mas a informação não foi confirmada oficialmente.

Um morador registra a cena. “Tem muito peixe morto… Passei por uns 50 peixes, ‘ó’ a quantidade! […] Deve ser pesca ilegal. ‘Tá’ acontecendo alguma coisa, porque isso não existe”, diz ele.

Pescadora e também casada com um pescador, Dona Cleonice conta que muitos pescadores que têm essa prática chegam em canoas pequenas e usam GPS para saber onde os cardumes estão. Em geral, os xaréus vem para a região se alimentar de peixes menores, como sardinhas.

Ela explica que quando os pescadores lançam as bombas, não conseguem pegar todos os peixes atingidos, então eles afundam e, no dia seguinte, boiam e são levados pela maré até a areia.

O consumo desses animais, nesse estado, não é indicado, porque os peixes apresentam coloração inadequada e mau cheiro, demonstrando estado de putrefação. Dona Cleonice ainda relata que esses peixes têm aspecto de “queimado”, por conta das bombas.

A equipe da TV Aratu esteve na orla de Saubara, na manhã desta segunda-feira (25), e encontrou alguns peixes ainda na areia. A grande quantidade de peixes mortos foi retirada em caçambas e descartadas no lixão, em um aterro, segundo um motorista que não quis ser identificado. Por conta do grau de decomposição foi possível ver alguns “morotós”, larvas que degradam matéria morta.

O comerciante Carlos Nem relatou que essa pesca com bombas é frequente, e que o mau cheiro estava “insuportável”, a ponto de espantar clientes do local.

A pescadora Cleonice denunciou que a prefeitura tem conhecimento dessa prática, e que alguém avisa aos pescadores quando terá fiscalização para que eles vão embora.

Já o morador e comerciante da região, Nildo Santos, chama atenção que a pesca predatória desequilíbra a cadeia alimentar, ao meio ambiente e a biodiversidade. O morador complementa dizendo que falta educação e fiscalização, e lamenta questionando: “se a gente só retira, o que vai sobrar?”

O QUE DIZEM OS ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS

Segundo o presidente da Associação de Desenvolvimento Ambiental e Turístico (ADAT), Ronaldo Salomão, a prefeitura, o Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente estão cientes e que uma investigação já foi aberta. Ele disse que alguns peixes foram coletados para que especialistas do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) analisem e que aguarda laudo e posicionamento dos órgãos para que isso não volte a acontecer.

Já o secretário do meio ambiente de Saubara, João Gonzaga, disse que nada poderia ser feito. Ele acredita que essa pesca com bombas foi realizada na região da Ilha do medo. O secretário contou não era de competência do Ibama e que ele pedirá auxílio e monitoramento da Polícia Ambiental (COPPA).

Perguntado sobre a intervenção da Policia federal, afinal se trata de material inflamável, artefatos explosivos, Gonzaga disse que não há como pedir suporte, uma vez que não tem flagrante ou certeza.

*Aratu Online



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