Eunápolis: greve de professores da rede municipal dura quase três meses; confira

A categoria já rejeitou a proposta de reajuste de 14,42% oferecido pelo município.

Foto: TV Santa Cruz

A greve dos professores da rede municipal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, iniciada em 19 de abril, já dura quase três meses. A categoria busca reajuste salarial de quase 34% e melhorias em escolas da cidade.

Depois de uma determinação da Justiça, 50% dos profissionais retornaram às salas de aulas, em maio deste ano. No entanto, os pais dos estudantes dizem que o aprendizado está comprometido sem a outra metade dos professores.

O técnico de som Tony Mário, pai de Maria Victória, conta que as aulas na Escola Brandão Vilela, no bairro Vila Lúcia, onde a filha estuda, têm acabado duas horas antes do previsto. O motivo? Porque apenas uma parte dos professores tem comparecido ao colégio.

“Graças a Deus eu trabalho para mim. Nem todo mundo tem essa consciência de liberar o funcionário (para buscar os filhos na escola antes), eu libero os meus, mas muitas empresas não conseguem liberar”, disse Tony Mário.

“Ai entrar 7h, sai 8h30, 9h. Fica ruim, né?”, questionou o pai da aluna.

A dona de casa Simone Sales acredita que o período não é suficiente para que os alunos aprendam o conteúdo passado pelos professores.

“Está ruim, muito ruim, porque tem horas que a gente está fazendo as coisas em casa e tem que deixar tudo lá para vim buscar. Eu acho que não dá tempo de ter leitura direito, aprender a escrever só nesses horários”, disse Simone Sales.

Em uma das creches da prefeitura, as aulas acontecem em período integral, de 7h às 17h. Já nas outras quatro, os alunos estão são dispensados por volta das 12h.

O sindicato que representa os trabalhadores da Educação (APLB) informou que os professores pedem correção de 33,24% nos vencimentos e aumento referente à inflação de 2021. A categoria já rejeitou a proposta de reajuste de 14,42% oferecido pelo município.

Segundo a entidade, os problemas estruturais começaram a ser notados antes da pandemia, em 2020, e se agravaram com os temporais que atingiram a cidade em dezembro do ano passado.

A Secretaria de Educação disse que já foi dado o reajuste médio de quase 14% dos servidores e que nenhum dos professores ganham menos que R$ 4.200.

Ainda segundo o órgão, para cumprir os 200 dias letivos do calendário 2022, haverão aulas aos sábados, no começo de 2023. Sobre as reformas, afirmou que já contemplou diversas unidades, mas admitiu que falta reformar algumas escolas.

Fonte: g1 Bahia



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