Santo Amaro: UFRB perde terreno após atraso de 10 anos em obra

O impasse sobre a propriedade do terreno, onde funcionava a antiga Siderúrgica Fundição Tarzan, se estende há mais de uma década

A Câmara de Vereadores de Santo Amaro, no Recôncavo baiano, aprovou a reversão da doação de um terreno que havia sido cedido à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).  Segundo publicação do Correio, a decisão, tomada em sessão extraordinária na quarta-feira (12), contou com o apoio de 13 dos 15 vereadores. O espaço, com área de 60,3 mil m², seria destinado à construção de um novo campus universitário, mas a falta de recursos federais inviabilizou o projeto.

Foto: Reprodução / Cecult

O impasse sobre a propriedade do terreno, onde funcionava a antiga Siderúrgica Fundição Tarzan, se estende há mais de uma década. A UFRB recebeu a doação do espaço em dezembro de 2012, por meio de escritura pública firmada com a prefeitura de Santo Amaro. Em 2013, a universidade aprovou a criação do Campus de Santo Amaro e do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), com a previsão de transformar as ruínas em um centro acadêmico pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas.

Apesar do planejamento, os recursos para a execução da obra nunca foram repassados. Em setembro de 2023, o Governo Federal relançou o PAC, com previsão de R$ 240 bilhões em investimentos, mas o campus de Santo Amaro não foi incluído no programa. Segundo Rita Dantas, diretora da UFRB na cidade, a prioridade foi dada a obras já iniciadas. “A universidade tem sete campi. O novo PAC priorizou as obras que estavam paradas, não só na UFRB, mas em outras universidades também. Então, o recurso que veio não pôde ser destinado para a implementação desse novo campus”, explicou. O projeto arquitetônico chegou a ser elaborado, com custo estimado em R$ 45 milhões.

Diante da inatividade do terreno, a Câmara aprovou o Projeto de Lei 006/2025, de autoria do executivo municipal, que devolve a área ao patrimônio da prefeitura. A expectativa, conforme discutido na sessão, é que o espaço seja repassado a uma empresa privada para a construção de um supermercado.

A votação gerou debates acalorados entre os vereadores. Os favoráveis à medida defenderam que a destinação do terreno para a iniciativa privada trará geração de empregos e renda à cidade. Já a comunidade acadêmica se posiciona contra a reversão e alega que a decisão compromete o futuro do ensino superior na região. A UFRB avalia recorrer da decisão.

 



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