Reitor avalia que modelo tríplice de eleição “pode ferir a autonomia da universidade”

Reitor da UFRB

Ao Blog do Valente, o professor Fábio Josué, reitor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), falou sobre a atual política de escolha para o cargo de reitor. Segundo ele “essa possibilidade pode ferir a autonomia da universidade”, uma vez que o mais votado pelo Colégio Eleitoral pode não ser o escolhido pelo Presidente da República.

Em 2019, o Colégio Eleitoral, composto pelos membros do Conselho Universitário (Consuni), se reuniram em sessão extraordinária para aprovação e deliberação da lista tríplice para os cargos de reitor e vice-reitor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), no quadriênio 2019-2023. Após votação nominal, os eleitos para compor a lista para reitor foi constituída pelos nomes dos professores na seguinte ordem de votação: Georgina Gonçalves, Tatiana Velloso e Fabio Josué Santos. A cada quatro anos, a universidade promove uma eleição para indicar três nomes que formam a lista tríplice. A relação é enviada para o Ministério da Educação e a palavra final é do presidente da República. Não há hierarquia na lista tríplice, ou seja, qualquer um dos três pode ser indicado para o cargo de reitor e vice-reitor.

De acordo com a legislação, “o reitor e o vice-reitor de universidade federal serão nomeados pelo presidente da República e escolhidos entre professores dos dois níveis mais elevados da carreira ou que possuam título de doutor, cujos nomes figurem em listas tríplices organizadas pelo respectivo colegiado máximo, ou outro colegiado que o englobe, instituído especificamente para este fim, sendo a votação uninominal.” 

Apesar de não ser o mais votado da tríplice, o professor Fabio Josué Santos foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o cargo de reitor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).

“Em 2019, então nós tivemos eleição para a reitoria da UFRB. Ainda temos uma legislação que é da época do Fernando Henrique Cardoso de 1995 que determina que as universidades apresentem uma lista tríplice, portanto uma lista com três nomes e o presidente da república faz a escolha do reitor ou da reitora. É lamentável porque essa possibilidade pode ferir a autonomia da universidade aquele candidato, aquela candidata preferida pela comunidade acadêmica não ser nomeada. Isso que aconteceu em 2019 no governo Bolsonaro,” disse Fábio Josué ao Blog do Valente.

Em março deste ano, a professora Georgina Gonçalves lançou a sua pré-candidatura à Reitoria da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). O anúncio foi em forma de convite à Comunidade Acadêmica da UFRB, para dar início a um “projeto coletivo”, que se iniciou com uma conversa no dia 29/3, às 17h, no Auditório da PPGCI, em Cruz das Almas.



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