Especialistas levantam dúvidas sobre estudo que sugere imunidade de rebanho em Manaus

A sugestão de um estudo de que Manaus (AM) pode ter chegado à imunidade de rebanho contra a Covid-19  levantou novamente discussões sobre o tema. A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade de São Paulo (USP). Também chamada de imunidade coletiva, ela ocorre quando uma porcentagem significativa de indivíduos fica imune a uma doença transmissível.

Especialistas ouvidos pelo Estadão veem com ressalvas as conclusões do estudo. Eles destacaram que o fenômeno tem efeitos temporários e que ainda não há conclusões se ocorre no Brasil.

Na teoria, a imunidade coletiva ocorre mesmo com aqueles que não foram infectados, que ficam protegidos porque a população com imunidade serve como uma barreira para a transmissão. Em geral, esse tipo de imunidade é alcançada por meio da vacinação em massa.

Em entrevista ao Estadão, o médico da Clínica de Epidemiologia do Hospital Universitário da USP, Marcio Sommer Bittencourt, pondera que estudos sugerem que a imunidade adquirida pelas pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus é temporária. Deste modo, uma grande quantidade de pessoas ter contraído a doença não significa que não irão contraí-la novamente, ainda mais se isso for associado aos indícios de que o novo coronavírus é sazonal e se dissemina principalmente nos períodos análogos ao inverno, traz a matéria.

Bittencourt ainda ressalta que não há uma unanimidade sobre qual seria um percentual de cobertura para se entender uma imunidade de rebanho, mesmo que temporária. “Pode ser que seja quando chegar aos 60%, aos 70%”, comenta. “Isso não quer dizer que as pessoas não vão mais pegar, que todo mundo está protegido, mas que seria uma coisa mais pequena, surtos mais localizados”.

A reportagem também ouviu o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. O médico sinaliza que o tema  imunidade é “uma das maiores lacunas de conhecimento sobre a Covid”.

Fonte: BN



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