OMS vai disponibilizar 120 milhões de testes rápidos de Covid-19 para 133 países

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, anunciou hoje um acordo, em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates, que permitirá a aquisição de 120 milhões de testes rápidos para diagnosticar a presença do novo coronavírus em pessoas de 133 países de baixa e média renda. A entidade, porém, não especificou se o Brasil está incluído na lista, assim como os outros países latino-americanos.

Segundo Adhanom, os testes atingirão as “áreas mais remotas” dos países mais pobres do mundo pelo valor de US$ 5 (cerca de R$ 28) a unidade e estarão disponíveis para 20 países da África já a partir de outubro. Os testes usados serão os de antígenos, aqueles capazes de identificar as proteínas do novo coronavírus, com resultados que demoram de 15 a 30 minutos.

A entidade destacou que eles serão usados para responder a suspeitas de surtos em locais remotos, para investigar grupos nos quais há suspeita de surtos, para testar populações que têm maior exposição ao vírus e também para testagem em locais com transmissão comunitária disseminada.

Dados apresentados hoje na conferência da OMS mostram que enquanto países de alta renda realizam 292 testes para cada 100 mil habitantes, países de média, baixa e baixíssima renda realizam, respectivamente, apenas 77, 61 e 14 testes para cada 100 mil habitantes. De acordo com Maria van Kerkhove, líder técnica para a covid-19 da OMS, geralmente, os testes de antígenos funcionam melhor em pacientes que apresentam uma carga viral alta no organismo, entre 2 dias antes do início dos sintomas até 5 a 7 dias depois da apresentação deles.

“Muitos países não têm acesso a um resultado rápido de amostras de PCR [que detectam o material genético do vírus em uma amostra]. As amostras precisam ser levadas a um laboratório, e pode levar horas ou dias para chegar. Os testes de antígeno podem ser muito úteis, e são feitos ao lado do leito [do paciente]”, explicou Kerkhove.

O líder da OMS destacou que desde o início da pandemia, a entidade enfatizou a importância vital da testagem como parte de uma estratégia abrangente para controlar a transmissão e que o programa de aceleração do desenvolvimento de uma vacina para a doença arrecadou mais de US$ 35 milhões. “Isso representa um valor pequeno para os países no contexto dos trilhões de dólares que estão gastando em estímulos para manter as economias em funcionamento”, afirmou.

Mais de 1 milhão de mortes

O mundo atingiu hoje a marca negativa de 1 milhão de mortes relacionadas ao novo coronavírus e o chefe do Programa de Emergências da OMS, Mike Ryan, acredita que este número pode ser ainda maior. “Trabalhamos para que os registros estejam certos. Posso dizer que um acidente, por exemplo, não é categorizado como morte por covid-19. Os números, na verdade, podem ser subestimados, tendo em vista a dificuldade de se fazer a testagem”, disse.



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