‘É não priorizar a vida humana’, diz Rui sobre demora da Anvisa para liberar vacina russa

O governador da Bahia, Rui Costa, teceu críticas nesta terça-feira (26) contra a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no processo de liberação da vacina russa  Sputinik V. Segundo Rui, o comportamento da Agência significa “não priorizar a vida humana”. O governador contesta a exigência de um estudo no Brasil para liberar a vacina e afirma que essa regra não deve ser aplicada em um momento de pandemia.

“Com esse comportamento da Anvisa, eu tenho que me lembrar lá no início da pandemia, onde o estado da Bahia, numa atitude de tentar conter a entrada do vírus aqui, foi medir a temperatura de quem chegava no aeroporto de Salvador, e a Anvisa entrou na Justiça para impedir que o Estado fizesse isso. E fizemos uma disputa judicial e acabou prevalecendo, em última instância, a posição da Anvisa, que dizia que essa é atribuição da Anvisa e, portanto, não poderia ser assumida pelo estado da Bahia. Ora, conter a entrada e medir a temperatura de pessoas em aeroportos colocava em risco a autonomia ou a soberania da Anvisa? Nós não estamos falando de soberania nacional, mas de soberania da Anvisa. O Brasil, na minha percepção, às vezes, é que nós estamos reféns de corporações. Talvez seja o único caso de um estado sub-nacional não conseguiu medir a temperatura no aeroporto porque a Agência que deveria cuidar da saúde pública estava mais preocupada com a sua autonomia ou com suas burocracias do que com a saúde pública”, afirmou o governador.

A Anvisa se manifestou na segunda-feira (25) sobre a ação movida pelo Governo da Bahia no Supremo Tribunal Federal (STF) para liberação da vacina Sputinik V e disse que não é possível autorizar o uso do imunizante no Brasil sem o aval dos técnicos do órgão, mesmo que a vacina já esteja sendo aplicada em outros países.

Para o governador, a Anvisa está “preocupada em não perder o seu posto de analisar”, mas não se “debruça” nos documentos e analisa e libera a vacina.

“Eu não consigo entender como vários países do mundo já estão, ontem foi o caso do México, com 24 milhões de vacinas, e a Anvisa está preocupada de não perder o seu posto de analisar. Então, analise. Se debruce sobre os documentos. Diga se a vacina é válida, se não é válida, se é boa ou ruim. Se corre risco ou se não corre. Essa condição de dizer que só vai analisar qualquer vacina se for feito um estudo no Brasil…imagine se todos os países do mundo fizesse isso, a população mundial demoraria anos para ser vacinada. Essa pode ser uma regra que tenha validade em períodos normais, mas numa pandemia onde já morreu mais de 200 mil brasileiros, a Anvisa continua com essa posição, na minha opinião, é não priorizar a vida humana”, finalizou Rui.

*Bahia.Ba



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