Ex-funcionário do IML tatua vísceras no corpo e cria personagem cadáver; Veja

‘Coveiro Maldito’ tem 80% da pele com desenhos de órgãos e ossos.
Ele tem 27 anos e procurou tatuador para fazer o desenho de ‘autópsia’.
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“Jhon, quero tatuar uma autópsia no meu corpo”, foi dessa maneira que um rapaz de 27 anos entrou no estúdio do tatuador Jhon Tattoo, no Centro de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e apresentou o projeto de desenhar um cadáver em sua pele. Foi no ano de 2010 que surgiu o personagem Coveiro Maldito, uma espécie de Alter Ego do jovem que trabalha na área de produção de uma montadora de automóveis em São Paulo.

O nome verdadeiro dele só é revelado quando ele está sem a máscara, de látex e que simula uma caveira, feita pelo maquiador João Marcos Oliveira, especialista em efeitos especiais. Para fazer essa reportagem, o jovem não disse como seus pais o batizaram e registraram na certidão de nascimento.

A precisão dos desenhos é literalmente cirúrgica, pois a batida do coração verdadeiro pode ser percebida na pele do Coveiro Maldito, pois o coração tatuado pulsa também.

Coveiro Maldito disse que buscou inspiração para se transformar em um cadáver ambulante na “beleza do corpo que conheci quando trabalhei no IML (Instituto de Medicina Legal)”. Para ele, não lhe parece estranha a ideia de andar com desenhos na pele e que facilmente poderiam assustar as pessoas. “Eu ajudava a preparar os corpos para os legistas. O corpo humano é muito bonito por dentro e quis fazer isso na minha pele.”

O tatuador responsável pelo trabalho confessa que esse foi o pedido mais estranho que já recebeu. “Ele chegou e disse que queria fazer uma autópsia no corpo e eu achei que fosse o desenho de uma cena de autópsia. Quando ele me explicou o que queria precisei estudar anatomia para fazer a tatuagem”, afirmou Jhon.

“Eu queria cada órgão no seu devido lugar. O coração no lugar do coração, as costelas no lugar de cada costela, tudo certinho. Quando vou ao médico ou fazer algum exame de laboratório o médico e os enfermeiros ficam me perguntando tudo. Eles ficam impressionados e dizem que está tudo no lugar certinho, é bem engraçado.”

O lado macabro dos desenhos fica por conta das moscas, vermes e larvas que ele incluiu no desenho tatuado, além de fraturas expostas, pele rasgada e costurada, grampos metálicos intestino e vísceras à mostra. “Queria que a tatuagem ficassem bem realística. Aqui no Brasil ainda não há muito conhecimento da arte ‘from hell’, mas eu gosto bastante”, disse Coveiro Maldito.

A namorada dele, Luana Moriaty, 21 anos, pretende se casar o mais rápido possível. “Já faz tempo que quero trocar alianças. Quero me casar no candomblé e com vestido preto. Minha mãe é evangélica e achou que eu estava louca, mas ela viu que ele tem bom coração e que tatuagem não faz o caráter de ninguém. Acho ele lindo.”

Ela se define como uma mulher “que gosta de coisas que chocam a sociedade” e diz que precisa tomar cuidado, pois o Coveiro Maldito é muito assediado. “Chove mulher na horta dele. Sem máscara ele é o meu Corey Taylor (vocalista da banda Slipknot) brasileiro, tem acara de alemão e é um gato. De máscara dá um tesão.”

Para não ter dificuldade no ambiente de trabalho, o rapaz por trás do personagem Coveiro Maldito disse que usa sempre camisas com manga comprida. Apesar disso, por ter a cabeça raspada e também tatuada (cérebro e vértebras), ele revelou a peculiaridade dos desenhos em sua pele. “Meu chefe sabe que tenho o corpo tatuado assim e um ou outro colega também.”

Jhon e Coveiro Maldito não sabem quantas horas de tatuagem foram necessárias para chegar ao estágio atual e nem estimam o custo total da obra até o momento. “Não dá para calcular, mas foram cerca de quatro sessões por mês”, disse o tatuador. “Não tem fim, estou fazendo uma fratura exposta na perna e também estou sempre retocando os desenhos. Um dia eu ainda faço a tatuagem no meu rosto todo”, disse Coveiro Maldito.

 

Fonte: G1



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