Chape: Sobrevivente, jornalista relata que não houve aviso no momento do acidente

Um dos seis sobreviventes do desastre aéreo que vitimou a equipe do Chapecoense no último dia 28, o jornalista Rafael Henzel, da rádio Oeste Capital FM 93,3, relatou detalhes sobre o que aconteceu no momento do acidente, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo. Segundo Henzel, ele estava em uma poltrona na traseira do avião, ao lado do repórter Renan Agnolin, colega na mesma rádio, e o cinegrafista da RBS Djalma Araújo Neto, ambos mortos com a queda. Ele estava no banco do meio. “A gente perguntava para os comissários: quanto faltava? Dez minutos. De repente, desligaram as luzes do avião. Desligaram os motores. E aí todo mundo voltou pro seu assento e… colocou o cinto.  A hora em que isso aconteceu causou um certo temor. Mas ninguém, ninguém imaginaria que a gente bateria naquele morro”, contou. Ele afirma que não houve alerta por parte da equipe da companhia aérea sobre o que estava acontecendo. “Nenhum segundo alguém da cabine ou comissário falou: ‘coloquem os cintos de segurança porque há risco disso ou daquilo'”. “Nós ficamos voando… sem saber absolutamente nada do que iria acontecer”. De acordo com o jornalista, ele percebeu temor na atitude de alguns comissários de voo. “Dois dos sobreviventes estavam trás de mim. Dois bolivianos. Eu reparei que houve uma aflição muito grande. Por parte da comissária que sobreviveu. Ela foi pro lugar dela, ela colocou o cinto de segurança. Eu vi ela muito aflita. E quando ela ficou muito aflita, a aflição tomou conta”. No momento da queda do avião, que se chocou contra uma montanha no povoado de Cerro Gordo, próximo ao aeroporto de Medellín, na Colômbia, não houve pânico. “Um silêncio assim, estarrecedor. A gente não sabia o que estava acontecendo. Até que veio o choque”. Ele disse não se lembrar da pancada, mas recorda-se do momento em que começou a chegar o resgate. “Primeiro achei que era um filme. Achei que era um sonho. E que ia despertar logo desse sonho. Comecei a observar que vinha gente com algumas luzes, os socorristas. E aí eu comecei a gritar. Comecei a chamar por socorro, dizendo que eu estava ali”. Ele estava preso em duas árvores. “E aí com árvores em cima das minhas pernas”. Neste momento, ele percebeu que Agnolin e Araújo Neto estavam mortos. “O momento mais triste pra mim foi ver os dois colegas meus do lado… chamei pelos dois. Lamentei muito. Mas tive que buscar forças, apesar de estar com sete costelas quebradas. Não foi fácil, nada fácil mesmo. Chovia, 12 graus de temperatura. Foi muito íngreme a subida. Não tinha trilha de onde a gente estava. Os socorristas foram fortes”. Henzel considera um milagre o fato de ter sobrevivido e espera por justiça.  “O que eu fico mais impressionado é que as pessoas morreram não por uma falha mecânica. As pessoas morreram por uma falta de… discernimento. De um sujeito que, de repente, por uma economia boba… Isso é revoltante”. *BahiaNotícias



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