Recentemente, muitas pessoas têm associado a vacina contra Covid-19, que foi amplamente usada em combate à doença durante a pandemia que se iniciou em 2020, a um suposto aumento nos casos de infarto do miocárdio (infarto) no Brasil, excepcionalmente em pessoas com idades abaixo dos 50 anos.
O Programa do Valente recebeu o cardiologista da UNIMED, Dr. Marcos Cerqueira para esclarecer sobre essa associação.
“O infarto é quando a gente tem a interrupção do fluxo sanguíneo através das artérias do coração. O coração para funcionar precisa se nutrir e ele recebe sangue através das artérias , as chamadas artérias coronárias. Quando há uma obstrução do sangue nas artérias coronárias, o coração entra em um processo chamado infarto do miocárdio”, iniciou o Dr. Marcos.
Ele ainda explicou que as consequências de um infarto vão depender “muito das condições do paciente, e de qual o tamanho da artéria entupida”. Quanto maior a placa de gordura, pior tendem a ser as consequências.
“A doença cardiovascular é a doença que mais mata no Brasil e no mundo. É a causa líder de morte, e sempre foi, inclusive mata muito mais que a própria Covid” seguiu explicando que “qualquer condição que gera inflamação no corpo tem a capacidade de aumentar o risco de infarto”, e “a Covid como uma doença inflamatória, está relacionada ao aumento das doenças cardiovasculares, seja por agressão direta do vírus, seja por uma reação indireta”, explicou o cardiologista.
Há relação entre aplicação de vacinas contra a Covid-19 e casos de infarto?
Ao ser questionado se há uma relação direta entre as vacinas usadas e as doenças cardiovasculares, o especialista explicou que “a vacina da Covid tem o risco teórico de provocar uma inflamação no músculo do coração, a miocardite, mas é uma probabilidade muito reduzida. Cerca de 0,5% dos casos vacinados podem apresentar inflamação da membrana que recobre o coração e na maioria dos casos esse acometimento é leve”.
Dr. Marcos ainda foi enfático ao dizer que as vacinas salvaram incontáveis vidas e proporcionaram que a sociedade pudesse voltar a viver dentro da normalidade.
“Não existe uma correlação direta entre vacinação e mortalidade cardiovascular a não ser o caso em que a vacina pode provocar inflamações mais intensas e ter acometimento cardiológico grave, mas de uma forma geral, a vacina é uma ferramenta importante e foi o que tirou a nossa sociedade de um colapso”, explicou o médico.
