Bolsonaro pediu reação de ministros antes das eleições de 2022: “Nós vamos esperar chegar 23, 24, para se foder?”

Em uma reunião ministerial ocorrida em 5 de julho de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro fez declarações polêmicas, cobrando ação de seus ministros para evitar uma possível vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. As imagens, agora tornadas públicas após a suspensão do sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes do STF, revelam um Bolsonaro crítico do sistema eleitoral e preocupado com as consequências de uma possível derrota.

O ex-presidente expressou suas inquietações, afirmando que agir após as eleições resultaria em um caos no Brasil, antecipando um cenário de “grande guerrilha” no país. “Nós vamos esperar chegar 23, 24, para se foder? Depois perguntar: por que não tomei providência lá atrás?”, questionou Bolsonaro, deixando claro seu receio em relação ao cenário político futuro.

No centro das discussões, estava a crítica ao sistema eleitoral e a necessidade de uma ação preventiva por parte de seus ministros. Bolsonaro destacou que não se tratava de medidas drásticas, como o uso da força militar, mas sim de uma mobilização política. “Daqui para frente, eu quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui e vou mostrar”, afirmou o ex-presidente.

Essa reunião, posteriormente conhecida como embasamento para a operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, levanta a suspeita de uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro na Presidência. A gravação, encontrada no computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, é apontada como evidência da articulação para manter o presidente no poder.

A defesa de Jair Bolsonaro nega veementemente as acusações, enquanto a operação Tempus Veritatis, autorizada por Alexandre de Moraes, se desdobrou em uma ação que atingiu não apenas o ex-presidente, mas também membros de seu governo e aliados. Moraes destacou que a descrição da reunião “nitidamente revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”, reforçando as sérias implicações das revelações feitas naquela sala ministerial em julho de 2022.



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