Letalidade policial cresce na Bahia, mas número de mortes violentas cai

 

Letalidade policial cresce 15% na Bahia- Foto: Poliana Lima / SSP-BA

Os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública revelam um aumento significativo no indicador de letalidade policial na Bahia em 2023, em comparação com o ano anterior.

O número de óbitos em ações policiais saltou de 1.468 em 2022, durante a gestão do ex-governador Rui Costa (PT), para 1.689 no ano passado, sob a administração de Jerônimo Rodrigues (PT).

Este número representa um recorde na série histórica desde o início da divulgação desses dados pelo governo do estado em 2008.

A Bahia experimentou uma relativa estabilidade nas mortes decorrentes de ações policiais até 2015, a partir desse ponto, os indicadores de letalidade aumentaram quatro vezes.

Vale ressaltar que esses números contrariam a tendência nacional, onde houve uma redução de 2,3% na letalidade policial, caindo de 6.445 casos em 2022 para 6.296 no ano passado.

Quando observamos os números absolutos, a Bahia lidera o triste ranking de mortes em intervenções policiais, seguida pelo Rio de Janeiro (869 casos), Pará (529), Goiás (516) e São Paulo (504). São Paulo, em particular, experimentou um aumento de 38% nos indicadores de letalidade no primeiro ano da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em comparação com 2022.

Analisando as estatísticas proporcionais, o estado do Amapá mantém a maior proporção de mortes em ações policiais, com 20 casos para cada 100 mil habitantes. A Bahia aparece em seguida, com uma taxa de 11 casos para cada 100 mil residentes.

Em uma entrevista concedida à Folha, o secretário estadual de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, vinculou o aumento das mortes em ações policiais à dinâmica das facções criminosas que operam no tráfico de drogas.

Werner destacou a atuação enérgica das forças de segurança em resposta a essas facções, que tentam impor uma política de terror, medo e violência no estado. Werner também mencionou o recorde de apreensão de armas de fogo no ano passado, com mais de 6.000 armas apreendidas, incluindo 55 fuzis. Em janeiro deste ano, outras dez armas de alto calibre foram confiscadas.

O secretário enfatizou que a prioridade do governador e dele é garantir a preservação da vida durante as ações policiais.



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