SAJ: “Dois meses já praticamente, sem carteira assinada, sem vale de transporte, sem vale de alimentação e sem salário”, diz funcionária terceirizada do Estado em manifestação

Foto: Blog do Valente

Funcionários terceirizados do Estado reivindicam pagamentos atrasados e seus direitos trabalhistas após mudança para a empresa Confiança. Trabalhadores manifestam nesta manha (20) na Praça Renato Machado, no Centro de Santo Antônio de Jesus e exigem posicionamento dos órgãos responsáveis.

Na tentativa de obter respostas, os manifestantes relataram ao Blog do Valente as dificuldades que têm enfrentado após a mudança da Brasp, empresa que trabalhavam anteriormente, para a Confiança, onde atualmente prestam serviço. Na empresa anterior os pagamentos eram sempre na mesma data, com todo o trabalho regulamentado. Mas há dois meses estão trabalhando sem contrato, sem os devidos pagamentos e sem nenhum tipo de seguridade trabalhista.

“Tem dois meses já praticamente, sem carteira assinada, sem vale de transporte, sem vale de alimentação e sem salário. Isso é um absurdo. A gente tá reivindicando aqui nossos direitos. E a questão toda também é o contrato que não existe na carteira. Estamos indo trabalhar, estamos nos nossos postos de trabalho, e aí se acontece alguma coisa, quem se responsabiliza, entendeu?”, questionou uma das manifestantes. “Precisamos de um registro, precisamos de uma resposta”, completou.

Sobre o pagamento do vale alimentação disponibilizada pelo contratante, os manifestantes ressaltam que o valor não deve ser pago somente após mobilização e reforçam a necessidade de garantir a segurança dos trabalhadores na sua atuação diária.

“Não é na hora que a gente se mobilizou que veio a resposta, que caiu um cartão de alimentação de R$ 357 dizendo que é de dois meses. A gente precisa de um registro na carteira! Se uma das nossas colegas de trabalho, cozinheira, se queima, acontece um acidente, quem vai responder por a gente?”.

“A gente resolveu se movimentar, se mobilizar. Por que não veio antes? Por que não sentou antes, conversou? Não precisava chegar nesse ponto. Bastaria chegar, conversar, explicar, porque a gente precisa de uma resposta, a gente necessita”, reafirmou.

No que se refere as respostas obtidas até o momento, os trabalhadores ressaltam que já não podem mais “aguardar”, pois desejam ter seus direitos garantidos.

“A única resposta que a gente tem é vamos aguardar, aguardar o que? Aguardar o supermercado, aguardar o cartão, a energia, a embasa, a embasa guarda? Ou vai cortar a energia, deixar a gente no escuro? Assim como estamos cumprindo o nosso horário de trabalho, não só eu como nossos colegas estamos trabalhando, nós também queremos o nosso direito atendido”, ressaltou.

Os manifestantes informaram, em entrevista, que a Brasp teria vencido a licitação, porém a empresa Confiança, que havia ficado em sexto lugar, foi a escolhida para a contratação dos terceirizados.

“A gente quer uma resposta do nosso governador, que ele se pronuncie nas redes sociais e dê uma solução do porque tirou a Brasp, que ganhou a solicitação e colocou a Confiança, que estava em sexto lugar. Isso não existe, nós terceirizado temos que ser tratado e priorizados, porque a gente trabalha com o ser humano, com gente. Você quer a escola limpa e organizada e agora aumentou o padrão de alimento da escola, então vamos ver os outros lados”, disse.

Ainda durante a entrevista, uma das manifestantes ressaltou a importância que os funcionários terceirizados têm para o funcionamento da rotina escolar.

“Se o professor para, a escola continua, mas se o terceirizado para, a escola não funciona, porque o professor nenhum vai limpar a escola, o professor não vai pra cozinha fazer merenda, o professor não vai pra secretaria fazer atendimento. Então temos importância, tanto quanto os professores e os gestores também”

Em relação à paralização para a manifestação, os trabalhadores informaram que muitos foram contatados pelos gestores e diretores para retornar aos setores de trabalho, sob a possibilidade de serem demitidos. No entanto, os manifestantes reiteram que a ação cobra pagamento pelo serviço que já prestaram.

“A manifestação tinha um grupo maior, que foram corrigidos por alguns diretores a retornar ao seu setor de trabalho para não ficarem desempregados, para não serem demitidos”.

“Quer dizer que a gente não pode nem reivindicar aquilo que é de direito nosso. Estamos reivindicando aquilo que a gente deu e quer retorno. A gente não parou para aquele aumento de salário, a gente só quer o que a gente deu em favor, em trabalho das escolas”, finalizou.



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia