Bahia reintegra Ramírez; cláusula antirracista será incluída nos contratos dos jogadores

O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, afirmou na tarde de hoje que o meia Índio Ramirez será reintegrado ao elenco “imediatamente”. O ato ocorre três dias depois do afastamento do meia. Em entrevista à TVE Bahia, o dirigente afirmou que não foram encontradas outras provas além da palavra de Gerson, do Flamengo, que acusou o colombiano de racismo durante o último duelo entre as equipes.

“A gente se esforçou, esforçou e não conseguiu identificar uma outra prova ou circunstância além da palavra da vítima. Quando eu falo isso, não é reducionismo. É dizendo que foi a palavra da vítima, que é relevante, importante, ponto”, iniciou. “Eu não consegui cravar que a decisão mais correta seria abandonar a presunção de inocência do Ramírez. Nós consolidamos a ideia de que ele deve continuar no clube e ser reintegrado imediatamente. Ficaremos atentos aos processos paralelos que estão acontecendo e entendendo que qualquer outro fato que surja vai merecer análise”, prosseguiu Bellintani, que finalizou pedindo confiança aos torcedores.

“Sou dono e responsável pelas minhas decisões, assumo as consequências dela. A responsabilidade é minha. O Bahia seguirá firme nessa luta e eu peço a confiança das pessoas.”

“Carta à sociedade”

Em seu site oficial, o clube publicou uma carta dividida em quatro partes. A primeira é intitulada “O racismo e a sociedade” e condena qualquer ato do tipo dentro da sociedade. Depois, na parte “O Bahia no debate racial”, o time pontuou algumas ações envolvendo a luta antirracista.

O terceiro tema admite que casos do tipo podem acontecer inclusive com funcionários do clube, afirmando que “ninguém está” imune a “um fenômeno tão complexo.” Por fim, o Bahia justifica a reintegração de Ramírez “ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes”.

MEDIDAS ANUNCIADAS PELO BAHIA

1. Inclusão de cláusula anti-racista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas.
2. Proposta de criação de protocolo antidiscriminatório para jogos de futebol no Brasil.
3. Implantação do projeto “Dedo na Ferida” para o elenco na pré-temporada. Não haverá jogador ou jogadora que vista a camisa do Bahia sem que tenha antes a oportunidade de obter acesso a uma imersão sobre racismo estrutural.
4. Encaminhamento junto à mesa do Conselho Deliberativo do clube para incorporação de cotas raciais nas próximas eleições.
5. Inclusão de espaço no Museu do Bahia dedicado ao combate e debate do racismo, xenofobia, sexismo e LGBTfobia e demais formas de intolerância.
6. Apoio ao projeto de lei que Cria o Dia Nacional Da Luta Contra o Racismo no Futebol



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