Suspeitas de envolvimento em ataque a transexual são detidas

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Duas mulheres apontadas inicialmente pela polícia como suspeitas de envolvimento nas agressões sofridas por uma transexual de 21 anos, na cidade de Maiquinique, região sul da Bahia, foram detidas nesta quinta-feira (20). As mulheres foram ouvidas e liberadas em seguida, porque não ficou comprovada a participação das duas no caso, segundo informou o delegado Irineu Andrade. A vítima ficou dez dias internada, mas recebeu alta médica na última segunda (17).

Segundo a polícia, as suspeitas, que não tiveram os nomes divulgados, são amigas da mulher que aparece em um vídeo agredindo a transexual dentro de um hospital, para onde a vítima foi após ser esfaqueada. O marido da mulher que aparece nas imagens também é suspeito das agressões. O casal está sendo procurado. A polícia fala que, ao que tudo indica, a motivação do crime foi homofobia.

“Duas foram levadas para a delegacia hoje, em cumprimento a mandado de prisão, mas depois de ouvi-las, decidimos pela liberação porque foi constatado que elas não têm envolvimento. Ouvimos ainda diversas testemunhas e não ficou comprovado a participação delas. No primeiro momento, portanto, estávamos com quatro suspeitos, mas agora chegamos ao entendimento de que somente o casal, que é amigo delas [as mulheres que foram detidas nesta quinta], participou das agressões”, contou o delegado.

A suspeita inicial de que as duas mulheres também teriam participado das agressões surgiu porque elas estavam com o casal no momento das agressões, conforme a polícia. Ainda de acordo com Irineu Andrade, o casal, que também não teve identidade divulgada, é considerado foragido, porque já há mandado de prisão temporária decretado pela Justiça contra eles.

Caso
A transexual foi esfaqueada após uma discussão com um grupo na Praça Willian Valadão, no centro de Maiquinique, no dia 8 de outubro. Após conseguir andar até o hospital para pedir socorro, a vítima ainda foi agredida por uma mulher.

Um vídeo que mostra as agressões dentro da unidade médica foi parar nas redes socias e ajudou a polícia a identificar os suspeitos. Nas imagens, a transexual aparece ensanguentada no chão do hospital gritando por ajuda. A vítima leva um tapa e um chute no rosto desferidos pela mulher.

“A transexual estava andando de mãos dadas pela praça, com o companheiro, e os dois passaram por um lugar onde estava o casal e outras pessoas. As pessoas começaram a hostilizá-los e pediram para eles saírem dali porque era um local de família. A transexual revidou, xingou o grupo e houve bate-boca. Depois, a transexual saiu do local com o companheiro e, em seguida, passou pelo mesmo local sozinha. Foi quando o grupo a interceptou”, disse o delegado.

“Houve uma emboscada. O homem desferiu facadas na transexual e, depois, a vítima caiu no chão. Depois, o homem passou a faca para a mulher que também golpeou a vítima com duas ou três facadas”, disse Irineu Andrade.

Segundo a polícia, a transexual, mesmo ferida, conseguiu se arrastar até o hospital municipal da cidade, mas foi seguida e já dentro da unidade médica continuou sendo agredida. “A mulher seguiu ela e agrediu dentro do hospital quando a vítima estava esperando por atendimento. Alguém filmou isso e o vídeo agora está circulando nas redes sociais. Por meio desse vídeo, a gente conseguiu identificar a suspeita e, depois, chegamos ao marido dela e as amigas”, destacou.

*G1



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