‘Gosto de pensar que eu, mulher preta, sou a cara da UFRB’, diz reitora sobre desafio de administrar entidade

Georgina Gonçalves, reitora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Foto: Divulgação/ A Tarde

Após quatro anos de resistência e luta, finalmente chegou o momento em que o governo atual, sob a liderança do presidente Lula, nomeou-me como reitora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Hoje, meu coração se enche de alegria, contentamento e esperança diante desse marco histórico. Não apenas a nível pessoal, mas também como um triunfo para toda a comunidade da UFRB e para aqueles que valorizam a autonomia acadêmica.

A nomeação de Georgina Gonçalves é um marco para a UFRB e para a educação brasileira. Ela é uma mulher negra, professora e pesquisadora com uma trajetória acadêmica brilhante. Sua nomeação é um sinal de que a UFRB está comprometida com a diversidade e com a inclusão.

Georgina Gonçalves é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutora em Antropologia Social pela mesma universidade. Ela é professora titular da UFRB e já ocupou diversos cargos administrativos na universidade, incluindo vice-reitora e pró-reitora de Pós-Graduação.

Em entrevista ao A Tarde, Georgina Gonçalves afirmou que está animada com o desafio de liderar a UFRB. Ela disse que pretende continuar o trabalho de expansão da universidade e de promoção da inclusão social. Ela também afirmou que pretende fortalecer a pesquisa e a extensão universitária.

“Como a primeira mulher negra a liderar a Reitoria da UFRB, a trajetória até aqui não foi isenta de obstáculos. Quando meu nome foi inicialmente rejeitado, publiquei uma carta aberta questionando as motivações por trás dessa decisão. Levantei a questão do racismo, homofobia e misoginia como possíveis influências. Infelizmente, essas questões ainda são muito presentes na sociedade brasileira. As marcas que carrego em minha história e em meu corpo provavelmente tiveram um papel em minha não-nomeação na época. No entanto, isso não é apenas uma questão pessoal; é uma chamada para ação para a sociedade brasileira e o Estado abordam essas questões profundas e persistentes”, disse a reitora.



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