“Não vai adiantar nada”, diz mãe de menino de dez anos morto pela PM

Aos prantos, Cíntia Francelino, mãe do garoto de dez anos morto pela Polícia Militar de São Paulo, esperava a liberação do corpo de seu filho no Instituto Médico Legal (IML).

“Eu quer ver meu filho, eu quero ver meu filho”, dizia aos funcionários do IML.

O garoto morreu com um tiro na cabeça. Ela então se levantou e abordou a reportagem. “Não vai adiantar nada. O meu filho era uma criança. Ninguém vai trazer o meu filho de volta.”

Então foi chamada por um funcionário do IML. Ela precisava encontrar um caixão para levar a criança. A família vive na favela do Piolho, no Campo Belo, zona sul da capital.

“Nós moramos na favela. Eles vão vir atrás de nós. Não vai ter justiça”, disse um tio do garoto, que não quis se identificar.

A família deixou o IML na Vila Leopoldina para providenciar o caixão, velório e enterro do garoto. Além do menino que foi morto, outro menor, de 11 anos, também participou da ação e foi apreendido pelos policiais.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), os meninos furtaram o carro -um Daihatsu preto- dentro de um condomínio na região do Morumbi. A polícia informou que, durante patrulhamento pela região, os policiais identificaram o veículo furtado na rua José Ramon Urtiza, por volta das 19h10.

De acordo com a PM, os policiais deram ordem de parada e os dois jovens aceleraram o carro e fugiram. Durante a perseguição policial, o condutor do carro perdeu o controle e bateu em um ônibus e em um caminhão. Quando os policiais se aproximaram do carro, segundo a PM, foram recebidos por tiros.

Na troca de tiros, o menino, que dirigia o carro, foi atingido na cabeça. A SSP informou que o menino de dez anos atirou três vezes com um revólver calibre 38 contra policiais militares. A polícia informou que uma equipe médica foi acionada, mas o menino não resistiu e morreu ainda no local.

O menino de 11 anos foi apreendido sem ferimentos, encaminhado para o 89º DP (Morumbi), e depois, para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil, onde o caso é investigado. A secretaria informou que ele prestou depoimento e, depois, foi entregue aos responsáveis.

Segundo a secretaria, no relato feito ao delegado, na presença da mãe, o menino confirmou que o colega atirou duas vezes na polícia, num primeiro momento, e, depois que bateu o carro, disparou de novo antes de ser atingido. A polícia comunicou o Conselho Tutelar e a Vara da Infância e da Juventude. Com informações da Folhapress.



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