Progresso: Unicamp inicia parceria para criar universidade indígena

Em uma área de 248 mil hectares, no município de Cacoal, em Rondônia, o povo Paiter Suruí se prepara para implantar a primeira universidade indígena do Brasil.
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Um importante passo foi dado nesta quinta-feira (02), com a assinatura de um convênio de cooperação com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que oferecerá oficinas no Centro de Formação Paiter Suruí, dando a base para construir a primeira especialização e na sequência a formação da universidade. Diversos indígenas da etnia já têm formação superior. O objetivo da futura universidade é capacitar o povo para uma melhor gestão de seu território, segundo destacou o líder maior dos caciques da etnia, Almir Suruí.
A primeira atividade oferecida pela Unicamp a partir da formalização da cooperação serão duas oficinas de multilinguismo e de multiculturalismo, no início de agosto. A proposta de implantação da universidade sediada no território de Rondônia, segundo Ítala, partiu dos indígenas e a Unicamp ficará responsável por desencadear o processo. “Projetamos que assinaríamos um convênio de cooperação entre eles e a universidade. Através desse convênio nós vamos realizar as primeiras atividades de inter-relação e, disso, nós pretendemos que seja gerada a Universidade Indígena”, afirmou Ítala. A ideia é que a Unicamp leve professores, pesquisadores, funcionários e estudantes interessados para atividades em Cacoal e que os indígenas venham participar de atividades na Unicamp.
Entre os cursos que deverão ser levados para o povo Paiter Suruí estão biologia, administração, matemática, artes, políticas sociais e línguas. “São algumas áreas que podem subsidiar um projeto de sustentabilidade não só de floresta, mas da cultura, da política.” A ideia é que seja uma universidade aberta e não apenas para os indígenas. Entre os institutos da Unicamp envolvidos inicialmente no convênio estão o Instituto de Estudos da Linguagem, o Instituto de Computação, o Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência e o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. A universidade é considerada a primeira nos moldes propostos. Em 2015 foi implantada uma Faculdade Indígena, na aldeia de Porto Lindo, no Mato Grosso do Sul.
O reitor Tadeu Jorge ressaltou que o convênio ajuda a universidade a cumprir um dos seus objetivos mais fundamentais, que é contribuir para a preservação da cultura e sua disseminação.
Fonte: Correio


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