Doria diz que dependente químico não tem capacidade de decidir por tratamento

O prefeito de São Paulo, João Doria, saiu nesta quarta-feira (31) em defesa do plano de internar compulsoriamente dependentes químicos da região da Cracolândia, no Centro da cidade. Segundo ele, os usuários de crack não têm condições de decidir sobre um possível tratamento intensivo por si mesmos. Doria disse, no entanto, que as internações devem ser analisadas caso a caso.

“Não é possível imaginar que um dependente químico, em qualquer idade ou circunstância, tenha a capacidade autônoma, própria, plena, para tomar uma decisão”, afirmou o tucano durante discurso em um evento realizado no Instituto Tomie Ohtake, na Zona Oeste da capital.

De acordo com o prefeito, o dependente químico “está tão possuído, tão dominado pela droga, seja ela qual for, que a sua capacidade de pensar, raciocinar e agir está comprometida. Majoritariamente comprometida”.

Doria fez questão de ressaltar, no entanto, que isto não significa que a Prefeitura tenha planos de uma internação em massa de usuários. Segundo ele, as possíveis internações serão analisadas caso a caso. “Nunca se pensou nisso. Pensou-se, sim, em fazer abordagem, o acolhimento, para que essas pessoas possam ser tratadas de forma adequada”, completou.

Nova secretária de Direitos Humanos

Eloisa Arruda é a nova secretária de Direitos Humanos de São Paulo (Foto: EPTV/Reprodução)

Eloisa Arruda é a nova secretária de Direitos Humanos de São Paulo (Foto: EPTV/Reprodução)

A Prefeitura anunciou que a promotora pública Eloísa Arruda vai assumir a Secretaria de Direitos Humanos. O nome dela foi definido após a ex-secretária Patrícia Bezerra deixar a pasta na última quarta (24) por discordar das ações da Prefeitura na Cracolândia.

Eloísa Arruda já foi secretária estadual de Justiça e Defesa da Cidadania na gestão do atual governador, Geraldo Alckmin. Ela foi escolhida para comandar a pasta estadual em 2010 e deixou o posto em 2014.

A nova secretária assume em meio às ações da Prefeitura para tentar acabar com a Cracolândia, no Centro de São Paulo. As medidas, que incluem pedidos à Justiça para demolir imóveis da região e também para apreeender usuários de drogas para a realização de exames, têm sido criticadas por entidades de direito, Ministério Público e Defensoria Pública.

*G1


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