Gratidão: mãe de filho que superou a surdez vira Fono para ajudar outras crianças

O filho mais velho de Ana CarolinaPedro, hoje com 12 anos, nasceu com uma perda auditiva bilateral moderada. O primeiro teste da orelhinha, que todo recém-nascido faz, semelhante ao teste do pezinho, falhou.

“Ainda do hospital, me informaram que o Pedro falhou teste da orelhinha, mas que isso era comum e eu deveria voltar e fazer o reteste em 15 dias. Eu estava anestesiada de tanta felicidade e acabei não voltando para refazer o exame”, conta a mãe.

Mas, quando Pedro estava com 1 ano e 7 meses, Ana Carolina notou que ele falava pouco. “Lembrei do teste da orelhinha e levei para avaliação Otorrinolaringologia.”

Com o teste confirmado, a mãe disse que o seu “mundo caiu”. “Realmente não sei descrever o que aquela notícia foi para mim…. Queria que ele fizesse uma universidade fora do Brasil, que fosse um esportista, enfim…desejava o melhor e aí recebi essa notícia. Chorei muito.”

Superadas as expectativas em torno do filho, Ana Carolina abandonou o trabalho para se dedicar inteiramente a Pedro, que ia ao fono três vezes por semana.

Aos 5 anos e sete meses, o menino perdeu a audição bilateralmente. “Nesta época ele não falava nada, e eu havia acabado de ser mãe pela segunda vez. A Sophia nasceu bem, com saúde, sem nenhuma intercorrência”.

Pedro foi encaminhado para um cirurgião em Miami (EUA), pois ele tinha uma síndrome de má formação coclear, que dificultava a implantação dos eletrodos. A cirurgia demorou mais de 6 horas, mas foi um sucesso.

“Depois de 1 mês, o implante foi ativado e 3 meses depois o Pedro estava imitando o som dos passarinhos em uma praça que eu o levava sempre para brincar. As lágrimas escorriam no meu rosto e a felicidade foi imensa”, lembra a mãe.

Feliz com o resultado, Ana Carolina quis agradecer o universo pela graça de ouvir a voz de Pedro novamente. “Me senti em dívida com o universo e ao mesmo tempo senti a necessidade de retribuir. Então resolvi estudar Fonoaudiologia e poder ajudar outras pessoas”, conta.

Ela se formou na FMU em junho de 2014 e fez curso de programação de implante coclear na USP, no Hospital das Clínicas, onde participa do processo seletivo de aperfeiçoamento em implante coclear que dura um ano.

“Vencemos uma dificuldade e crescemos muito com o aprendizado!! Isso tudo me fez acreditar que o sofrimento nunca pode ser em vão, ele deve servir para alguma coisa, seja para crescimento pessoal, ou a mudança de um ponto de vista, ou para o bem de terceiros – porque ainda desconhecemos os motivos de termos que passar por essas situações dolorosas. Quem diria que uma experiência tão dolorida como essa iria resignificar toda a minha vida e os meus valores?”, reflete.



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