Pacientes que precisam de hemodiálise para sobreviver ficam sem atendimento em SC por causa de bloqueios

Protestos contra resultado das urnas ocorrem desde a noite de domingo e até esta terça-feira são cerca de 80 trechos interrompidos em rodovias federais e estaduais.

Barreira na BR-101 em Tubarão, no Sul de SC, nesta manhã de terça-feira — Foto: Janniter de Cordes/Arquivo pessoal

Os bloqueios nas rodovias em protesto contra o resultado da eleição presidencial impossibilitam que moradores consigam atendimento médico em Santa Catarina. Em comunicado nesta terça-feira (1º), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que pacientes que precisam de hemodiálise para sobreviver estão sem conseguir atendimento.

Pacientes também têm cirurgias canceladas por causa das interdições, informou a pasta. Além disso, alimentos, insumos e medicações não são permitidos a passarem pelos manifestantes.

Por conta das interdições, pacientes mais graves poderão ser encaminhados via transporte aéreo. O mesmo ocorre com insumos, medicamentos e vacinas.

“Nós temos cidades que são referências para polos de saúde e as pessoas não estão conseguindo se deslocar”, disse o secretário de saúde Aldo Baptista Neto.

Este é o terceiro dia de protestos no Estado, que já resultaram no comprometimento de distribuição de vacinas, falta de combustível em postos e suspensão de viagens de ônibus em diversas cidades.

Falta de combustível

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro), 95% dos postos de Joinville, a cidade mais populosa do estado, estavam sem combustível. A cidade do Norte catarinense tem 103 postos, mas 98 estavam sem gasolina ou diesel.

Os registros de longas filas nos estabelecimentos de toda a cidade e de outros municípios de Santa Catarina começaram durante a manhã. Em Florianópolis, por exemplo, ação da Secretaria de Defesa do Cidadão (Procon Municipal) identificou alta injustificada de preços em cinco locais.

Ônibus parados

Além dos prejuízos econômicos, muitas pessoas estão há mais de 24 horas paradas nas filas pelas estradas do Estado. Ana Paula Bergamo Yokoyama, de 18 anos, relata que idosos e recém-nascidos também estão no ônibus em que ela está. “A situação está deplorável”, afirmou.

A Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade detalhou que, até às 22h de segunda-feira (31), havia aproximadamente 40 ônibus, com mais de 800 pessoas a bordo, em diversos pontos do estado aguardando a liberação das rodovias.

“As operadoras têm prestado o melhor apoio possível aos passageiros, com hospedagem em hotéis e alimentação”, informou a pasta.

Um grupo de sete passageiros, presos em uma rodovia federal entre Paraná e Santa Catarina, decidiu deixar o veículo e percorrer cerca de 13 km a pé até a cidade mais próxima, Garuva, no Norte catarinense.

Em Gaspar, no Vale do Itajaí, alguns serviços foram prejudicados nesta manhã desta terça-feira. O principal deles é o transporte coletivo e transporte escolar.

As linhas que trafegam pelos bairros Belchior e Barracão não conseguem fazer o serviço e, por isso, transporte dos alunos está impossibilitado de ocorrer.

A rodoviária de Blumenau, também no Vale do Itajaí, ficou vazia na tarde de segunda.

Na segunda-feira, a empresa catarinense de ônibus de viagem interestadual Reunidas suspendeu temporariamente a venda de bilhetes de passagens.

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