Brasil está entre os países com mais jovens sem trabalhar, diz OCDE

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) coloca o Brasil em segundo lugar no ranking de países com a maior proporção de jovens nem-nem, ou seja, aqueles que não estudam e não trabalham.

A estudante Kailane Moreira Franco, de 20 anos, faz parte desse grupo. Ela se formou no ensino médio há dois anos e ainda não decidiu o que quer fazer da vida.

“Eu ficava entre biologia e medicina veterinária. Meus pais sempre me deram a oportunidade de ter um tempo para pensar e escolher a carreira que eu quero, eles estariam me apoiando”, diz Kailane.

O sociólogo Fausto Augusto Júnior prefere chamar esse grupo de “sem-sem”. “O nem-nem dá a impressão de que o jovem não quer estudar, que o jovem não quer trabalhar. A escolha de sair da escola não é uma escolha, é uma imposição social. Do mesmo jeito que não encontrar emprego não é porque ele não procurar emprego, é porque não tem emprego para esse jovem”, afirma Fausto.

Para a economia, o problema é mais grave do que se imagina. “É uma tragédia macro, microeconômica. A gente vive mais e nós estamos produzindo cada vez menos jovens. E uma parte grande desses jovens que a gente tem vai ser incapaz de sustentar os idosos”, diz o professor da Faculdade de Economia da USP, Hélio Zylberstajn.

Economistas e sociólogos se preocupam: dizem que é preciso cuidar dessa fase de transição para o mercado de trabalho. Não só para garantir o futuro dos jovens, mas do país.

“O Brasil é o eterno país do futuro. O problema é que, com o tempo, nós estamos envelhecendo e daqui a pouco nós podemos ser o país do passado”, diz Fausto.

“A nossa escola, o ensino médio, tem que se tornar um ensino profissionalizante. Porque, assim, as crianças que estão vindo, quando terminarem o ensino médio, já vão ter um emprego, um trabalho, vão ter uma ocupação”, afirma Hélio.



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