Agente da Abin é demitido por vazar dados sigilosos sobre Flávio Bolsonaro

Um servidor da Abin teria atuado para “blindar” Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas – Foto: Tânia Rêgo | Agência Brasil

O agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cristiano Ribeiro, foi dispensado de suas funções após uma investigação interna revelar o vazamento de dados sigilosos utilizados em uma reportagem sobre um servidor da Abin, que teria supostamente atuado para “blindar” Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. As informações foram divulgadas pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Conforme relatos da coluna, o agente teria capturado imagens da tela de seu computador na Abin e compartilhado com indivíduos não afiliados à agência durante o governo Bolsonaro. Antes de ser desligado, ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão conduzida pela Polícia Federal (PF), que apreendeu seus dispositivos eletrônicos.

O material vazado consistia em um organograma do Centro de Inteligência Nacional (CNI) da Abin, apresentando fotos e nomes dos servidores titulares de cada coordenação e seus respectivos substitutos. O CNI é encarregado de monitorar “assuntos de inteligência estratégica”.

A investigação interna da Abin indicou que esse material foi utilizado em uma reportagem do site “Intercept Brasil” publicada em dezembro de 2020. Os jornalistas ouviram uma fonte da Abin, que alegou que ela e seus colegas “desconfiavam” de que o policial federal Marcelo Bormevet teria elaborado relatórios para proteger Flávio no caso das rachadinhas.

Na época, Bormevet ocupava o cargo de coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa no CNI. Até a última sexta-feira, ele atuava como delegado de carreira da PF, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou seu afastamento devido à investigação sobre a suposta “Abin paralela”.

Desde 25 de janeiro deste ano, a Polícia Federal (PF) está investigando a alegada atuação e monitoramento ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Conforme a apuração, agentes internos teriam realizado espionagem em figuras políticas e jurídicas, como Marielle Franco e Alexandre de Moraes, além de tentarem interferir em investigações em benefício da família Bolsonaro.



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