Profissional do sexo especializada em atender pessoas com deficiência tem organização e discute direitos sexuais

Foto: Reprodução/Instagram

Alguns países, a exemplo da Espanha, têm organizações que conectam pessoas com deficiência com assistentes sexuais especializados em atender esse público. A espanhola Mon Silva, de 28 anos, tem mestrado em pedagogia, mora em Barcelona e é um exemplo dessas assistentes.

Mon explicou, em contato com o G1, que algumas pessoas com deficiência não têm sequer acesso ao próprio corpo, ou seja, têm dificuldade até mesmo para se masturbar.

“É um acompanhamento sexual para pessoas com deficiências que não têm autonomia suficiente para poder explorar o próprio corpo e que têm mobilidade tão reduzida que não conseguem se masturbar. Eu não fico nua, não há interações com meu corpo, eu faço massagem para que (as pessoas que ela acompanha) descubram as diferentes zonas erógenas que têm no corpo, não são só os genitais, e depois eu os acompanho na masturbação”, disse.

As discussões sobre a sexualidade de pessoas com deficiência têm evoluído nos últimos anos, com foco na promoção da inclusão e no reconhecimento dos direitos sexuais dessas pessoas.

Segundo reportagem do G1, as ativistas pelos direitos sexuais de pessoas com deficiências na Espanha têm uma organização chamada Assistência Sexual. Na Austrália, há uma organização parecida, Touching Base, que existe há mais de 20 anos. O objetivo de ambas é ajudar as pessoas com deficiências e os profissionais a se conectarem de uma forma mais segura.

Os ativistas espanhóis tentam chamar a atenção para as questões de direitos sexuais e querem desfazer algumas concepções sobre o tema. Esse é inclusive o tema de um documentário gravado no país, “Yes We Fuck” (“Sim, nos transamos”, em português).

A maioria dos atendidos por Mon são homens de idades entre 30 a 60, com deficiências muito distintas, segundo ela. “Alguns têm problemas de mobilidade, outros são tetraplégicos, pessoas com diversidade intelectual ou transtornos mentais que até têm mobilidade para se tocar, mas não conseguem interagir com outras pessoas ou querem contato com outras pessoas”.



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