Com disputa de tráfico intensificada, imóveis na Ilha estão à venda e sem compradores

RTEmagicC_trafico_Mica_Itaparica1.JPG

Na placa está escrito: ‘Vende-se’. Posta à venda há cindo anos, em Mar Grande, a casa de materiais de construção Pá de Construção e Pré-Moldados continua do mesmo jeito: fechada. O estabelecimento faz vizinhança com várias casas e terrenos em igual situação, mas ninguém quer comprar.

“Quem quer vir para cá? Mora aqui quem não tem para onde ir. A opção é conviver de casa para o trabalho e do trabalho para casa”, disse uma moradora do local que trabalha como recepcionista de uma clínica médica.

O motivo da falta de compradores é simples: todos os imóveis ficam no Alto do Riachinho, território do temido traficante Mica. Para piorar a situação, os imóveis estão próximos a uma casa de três andares, com muro extenso e cerca elétrica, um mirante, cercada por câmeras, situada em um ponto estratégico: no topo de um morro. Sim, uma fortaleza, pertencente a Mica.

 RTEmagicC_trafico_Mica_Itaparica2.JPG

Fortaleza do traficante Mica fica em um ponto estratégico

 “É apenas uma delas (das fortalezas do traficante). Ele construiu tem uns cinco anos, mas dificilmente é visto nela. Ele sabe que estávamos atrás dele, mas ele é escorregadio”, informou um policial civil da 24ª Delegacia (Vera Cruz).

Segundo o agente, a casa de material de construção pertencia a um morador, frequentador de uma igreja protestante. Há cinco anos, ele voltava do culto  quando um dos homens de Mica anunciou um assalto. A vítima se assustou e, num impulso, tentou fechar a porta do estabelecimento e foi baleado no peito, morrendo no local.

O CORREIO ligou para alguns dos números anunciados nas placas. Um corretor, que concordou em falar, disse que a dificuldade é grande para achar compradores. Ele disse que os imóveis e terrenos são vendidos quase por metade do valor real.

RTEmagicC_trafico_Itaparica_policia.JPG

Policiais civis em incursão na localidade de Alto Riachinho, local dominado por Mica

“Mesmo assim, a gente vendendo praticamente pela metade do preço, as pessoas não querem quando descobrem que o local é uma região de intenso tráfico”, disse o corretor. (Correio)



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia