Assalto na Ufba: polícia já analisou imagens de câmeras de segurança da Politécnica

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A polícia já analisou as imagens das câmeras de segurança da Escola Politécnica, após o assalto realizado no domingo (30) por ao menos oito homens armados, que fizeram seis estudantes e quatro funcionários da faculdade de reféns durante três horas. A informação é da titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), responsável pela investigação do caso.

“Já analisamos as imagens. Temos algumas informações em relação à autoria (do crime) e estamos agora atrás dos suspeitos”, afirma a delegada Carla Ramos. A delegada confirmou que os assaltantes viraram algumas câmeras para a parede; mesmo assim, as imagens auxiliaram nas investigações.

Ramos não confirmou se o assalto do domingo foi feito pelos mesmos autores de uma tentativa frustrada no início de março. Os dois crimes foram bastante semelhantes – um grupo armado rendeu seguranças da Politécnica e tentou arrombar o caixa eletrônico com um maçarico, que não funcionou. “Todas as possibilidades estão sendo investigadas, nada está descartado”, disse a delegada.

Até o fechamento desta reportagem, os dois carros levados pelos assaltantes não foram reavidos. Policiais da DRFR estavam em diligência, mas ninguém havia sido preso ainda.

Assalto
Parecia um dia tranquilo, ainda que de muito trabalho, para cinco estudantes de Engenharia da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Os colegas planejavam passar a tarde de domingo (30) na oficina da Escola Politécnica, na Federação, se preparando para uma competição nacional de projetos universitários, mas ao menos oito homens armados transformaram a tarde de experimentações numa experiência assustadora, com cerca de 3 horas de terror e cativeiro. Uma sexta estudante, três seguranças e o porteiro da faculdade também foram feitos reféns durante o ataque do bando, que tinha como alvo principal o posto do Banco do Brasil que fica no pátio do campus.

Em férias recém-iniciadas, a Ufba costuma ficar bastante vazia, e os assaltantes aproveitaram para tentar arrombar o posto bancário, já atacado em março deste ano. Armados com pistolas, segundo as vítimas, eles renderam os vigilantes e os levaram para uma sala no quinto andar, o mesmo nível da saída para a Federação. Enquanto um deles tomava conta dos reféns, os outros vasculharam o prédio à procura de testemunhas.

Foi quando encontraram dois estudantes, que tinham saído da oficina em direção ao bebedouro. “A oficina fica no primeiro andar. Nos pegaram subindo para o segundo andar, mandaram a gente colocar as mãos na cabeça e nos levaram para o quinto andar”, contou um dos estudantes. Nenhum deles quis se identificar.

Uma aluna do mestrado, que tentava sair do prédio, também foi rendida. Os sete – três alunos e quatro vigias – ficaram juntos como reféns no quinto andar. “Mandaram a gente ficar de cabeça baixa e pegaram nossos celulares, para que a gente não se comunicasse”, contou um estudante. Eram 15h.

Maçarico

Os assaltantes tentaram arrombar o caixa eletrônico durante cerca de duas horas. “Eles não conseguiram roubar o caixa porque deu problema com o maçarico. Depois, até procuraram saber se tínhamos algum na oficina”, relata o estudante. “Como não conseguiram, amarraram a gente e levaram para o primeiro andar, para a sala da segurança”. Na ação de 15 de março, os bandidos também tiveram problema com um maçarico e não conseguiram violar os terminais bancários. Naquela ocasião, o ataque foi promovido por seis homens, que também trancaram os seguranças numa sala.

No domingo, os alunos que ficaram na oficina estranharam a demora dos colegas, mas acharam apenas que os dois tinham ido comprar algo fora da faculdade. “Continuamos trabalhando e, por volta das 17h, quando estava saindo da faculdade, fui abordado”, lembrou uma vítima. No fim, por volta de 18h, os seis alunos e os quatro servidores terceirizados foram trancados na sala dos seguranças. “Esperamos 15 minutos e arrombamos a porta. Aí usamos orelhões para ligar para nossas famílias”, disse outro aluno.

Itens roubados
Dois carros, dois notebooks, seis aparelhos celulares e uma caixa de som foram levados pelos assaltantes. Além disso, duas pistolas e um colete à prova de balas que eram usados pelos seguranças também foram subtraídos. De acordo com as vítimas, os bandidos vestiam calças, camisas e bonés. Apenas um cobria o rosto, com uma camisa. Aparentavam ter entre 25 e 40 anos. “O que ficou tomando conta de nós estava tranquilo, mas tinham alguns bem nervosos”, relatou um estudante.

Apesar da situação aterrorizante, os assaltantes não foram violentos. “Eram oito caras armados, então ficamos com medo. Mas eles sempre diziam que só queriam arrombar o caixa, que não iam fazer nada com a gente”, afirmou uma vítima. (Correio)



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