Cardozo diz que Dilma não estava favorecendo Lula em telefonema

O advogado geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, disse na noite desta quarta-feira (16) que, no diálogo telefônico interceptado pela Polícia Federal, a presidente Dilma Rousseff não estava dando ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento para livrá-lo de uma eventual ação policial.
No final da tarde desta quarta-feira, o juiz Sérgio Moro, responsável péla Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, retirou o sigilo de interceptações telefônicas de Lula. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo gravado nesta quarta com a presidente Dilma Rousseff. Na conversa, Dilma e Lula conversam sobre o termo de posse de Lula. A presidente diz a ele que iria mandar o termo para que usasse somente “em caso de necessidade”.

A nomeação deu a Lula foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, a investigação sobre ele na Operação Lava Jato sai do alcance do juiz Sérgio Moro e passa para o âmbito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo o ministro Cardozo, a presidente estava enviando a Lula o termo de posse para ele assinar porque o ex-presidente estava com dificuldades para comparecer à cerimônia de posse marcada para esta quinta-feira.

O Palácio do Planalto não chegou a anunciar a data da posse de Lula. Mais cedo, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que a posse de Lula está marcada para a próxima terça-feira (22).

Consultado pelo G1, o ex-presidente da Comissão de Ética Pública Américo Lacombe explicou que uma pessoa só é oficialmente ministra após assinar o termo de posse.

Desde o fim da tarde, após o anúncio de Lula como ministro e a liberação do áudio da conversa entre a presidente e o ex-presidente, manifestantes ocuparam as vias próximas ao Palácio do Planalto para pedir a renúncia de Dilma.

Entrevista de Dilma
Após a confirmação de que Lula assumirá a Casa Civil, Dilma convocou a imprensa para uma entrevista no Planalto na qual afirmou que o ex-presidente terá os “poderes necessários” para ajudar o governo, após ser questionada sobre se ele terá “superpoderes”.

Dilma refutou ainda a versão de que o ex-presidente estaria se “escondendo” da Justiça Federal do Paraná ao virar ministro – ao assumir o cargo, ele passa a ter o foro privilegiado e as investigações conduzidas por Sérgio Moro devem ser remetidas ao Supremo Tribunal Federal.

“Até que ponto você acha que a investigação do Sérgio Moro é melhor que a do Supremo?”, indagou a presidente. “É inversão de hierarquia, me desculpa”, afirmou. (G1)



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