Ipsos: 62% dos brasileiros reprovam atuação de Temer

O alto número de brasileiros que reprovam a forma de atuar do vice-presidente Michel Temer pode dificultar a governabilidade do peemedebista. Levantamento da empresa de pesquisa Ipsos mostra que 62% dos brasileiros reprovam a atuação de Temer. Os dados constam na pesquisa “Pulso Brasil” da Ipsos, que ouviu 1.200 pessoas entre 1º e 8 de abril em 72 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Modelo global de análise de governabilidade da Ipsos mostra que um governo precisa ter ao menos 40% de aprovação popular se quiser passar leis e reformas. “Historicamente, a opinião pública é o capital político de um governante. É isso que ajuda um governo a conseguir maioria no parlamento e a passar leis e reformas. Em nosso modelo de análise global, vemos que 40% de aprovação é o patamar mínimo para um governo aprovar reformas. Sem atingir isso fica muito difícil governar”, afirma Alexandre de Saint-Léon, CEO da Ipsos no Brasil.

Apesar do alto índice de reprovação, a popularidade do vice-presidente vem subindo. A aprovação a Temer cresceu 18 pontos percentuais de fevereiro a abril, saltando de 6% para 24%. No mesmo período, o desconhecimento em relação ao vice-presidente caiu de 33% para 14%.

“Temer conseguiu reverter o desconhecimento em relação ao seu nome em aprovação e desvincular sua imagem da figura pública da presidente Dilma. Seu índice de desaprovação ainda é alto e se manteve praticamente estável. Era 61% em fevereiro e é 62% em abril. Mas a desaprovação em relação a qualquer político é alta entre os brasileiros”, afirma Alexandre de Saint-Léon, CEO da Ipsos no Brasil.

Outro nome cuja aprovação disparou foi Marina Silva. A taxa de desconhecimento da ex-candidata caiu de 21% para 8% e a aprovação subiu de 27% para 48% em dois meses. “Em ambos casos, vemos que o posicionamento que Marina e Temer assumiram nas últimas semanas está tendo um impacto positivo na imagem deles. A questão agora é ver como conseguirão sustentar essa tendência,” complementa de Saint-Léon.

Rejeição é alta entre políticos; Marina é exceção

Os principais políticos brasileiros estão com alto índice de rejeição. Nenhum nome tradicional que já tenha ocupado ou ocupe cargos no executivo ou legislativo conquistou mais de 50% de aprovação. Os nomes com maior desaprovação são o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (68%), o presidente da Câmara Eduardo Cunha (65%), o presidente do Senado Renan Calheiros (65%), o vice-presidente Michel Temer (62%) e o senador Aécio Neves (59%).

Numa eventual antecipação das eleições presidenciais, o nome mais bem cotado seria o de Marina Silva. A ex-candidata tem a maior taxa de aprovação (48%), seguida pelo deputado federal Tiririca (43%). Em terceiro lugar entre os com maior aprovação aparecem os senadores tucanos Aécio Neves e José Serra, com 31%. Lula e o deputado Celso Russomano aparecem em quarto lugar, ambos com 29% de aprovação. O quinto político com maior avaliação positiva é o deputado Romário (28%).

Maioria dos brasileiros não se lembra em quem votou

Parlamentares receberam uma onda de críticas pelos discursos durante a votação pela abertura do impeachment no último domingo (17), mas dificilmente serão cobrados pelos eleitores nas urnas.

Cerca de três em cada cinco brasileiros não se lembram em quem votaram para senador ou deputado federal, mostra a pesquisa Ipsos. Entre os jovens esse número é ainda maior: quatro em cada cinco eleitores entre 18 e 24 anos não se lembram quem escolheram nas urnas para a Câmara Federal e para o Senado.

A desconfiança perante as instituições também está alta entre os brasileiros. De acordo com o levantamento da Ipsos, 78% não confiam nos políticos em geral e 77% desconfiam dos partidos políticos. Seis em cada dez brasileiros não confiam no Congresso Nacional. A instituição com menor nível de desconfiança são as Forças Armadas, com apenas 20% de desconfiança. A pesquisa mostra ainda que os militares têm a confiança de 78% dos entrevistados, sendo que quase metade (41%) afirma confiar muito nas Forças Armadas.

(Brasil 247)



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