Ex-Odebrecht confirma propina para ‘Italiano’, mas não liga nome a Palocci

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A ex-funcionária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares prestou depoimento à Justiça Federal do Paraná por videoconferência na manhã desta sexta-feira (3). Ela, investigada na 23ª fase da Lava Jato, disse lembrar de ter feito pagamentos ao codinome “Italiano” por meio do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Porém, afirmou não saber para quem o dinheiro era direcionado.

“Não, senhor. Sabia os codinomes, mas não sabia quem eram as pessoas referentes a esses codinomes. Nenhum codinome chegava a gente. Eu também nunca tive curiosidade de saber”, relatou ela, que foi ouvida como testemunha de acusação no processo que envolve o ex-ministro Antônio Palocci.

De acordo com a força-tarefa da Operação Lava Jato, o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht pagava propina para agentes públicos. Ainda conforme as investigações, “Italiano” se referia a Palocci. Ele nega as acusações.

“Foi Fernando Migliaccio que passou pra mim pra fazer a programação do dia a dia, com os valores”, disse a ex-funcionária, que é delatora da Lava Jato, ao responder uma pergunta da procuradora do Ministério Público Federal (MPF) Laura Gonçalves Tessler sobre os pagamentos da planilha “Posição Programa Especial Italiano”.

Segundo a força-tarefa, Maria Lúcia era a responsável por repassar as informações das planilhas de pagamentos paralelos para os entregadores e, depois, receber deles os extratos para fazer a conferência com as planilhas que recebia.

Palocci e seu ex-assessor, que também é réu nesse processo, estavam presentes na audiência. Durante a oitiva, o advogado que defende os dois pediu para que Maria Lúcia olhasse para ambos para ver se os reconhecia.

A ex-funcionária disse que nunca esteve com eles e que conhece Palocci apenas “da televisão”.

Maria Lúcia também foi questionada, pelo advogado que defende João Santana e Mônica Moura, presos na mesma fase da operação que ela, se conhecia o codinome “Italiano” e a quem ele se refere.

A ex-funcionária da Odebrecht afirmou que o único codinome que ela conhecia era “Feira”, que, segundo a força-tarefa da Lava Jato, faz referência a Mônica.

As audiências de acusação do processo que envolve Palocci continuam às 14h desta sexta-feira. Ainda devem ser ouvidos o ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, o operador Zwi Skornicki e o senador cassado Delcídio do Amaral.

*G1



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