O fato de uma urna da seção de Confresa (MT) ter registrado 100% dos votos válidos para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não mostra nenhuma irregularidade eleitoral, como sugerem postagens nas redes sociais.
Conforme explicado pelo TRE do estado do Mato Grosso, a seção citada está localizada em uma comunidade indígena. Segundo o TRE, é comum que nesses locais haja unanimidade na votação. Representantes do povo indígena Apyãwa Tapirapé também confirmaram terem se organizado para votar no petista.
A dúvida surgiu após, um vídeo circular nas redes sociais apontando uma possível fraude. No Facebook, as publicações alcançaram mais de 42 mil compartilhamentos até a tarde desta quarta-feira (2).
O TRE resaltou ainda que o resultado da eleição presidencial em uma seção do município de Confresa, no Mato Grosso que deu 100% dos votos válidos para Lula não é indício de fraude eleitoral, como alegam publicações nas redes.
Em entrevista à Gazeta Digital, o cacique da aldeia, Elber Ware’i Tapirapé, confirmou que o voto do povo Apyãwa Tapirapé foi unânime: “No dia 30 de outubro de 2022, entendemos que o povo brasileiro exerceu a sua cidadania. O que está assegurada na Constituição Federal de 1988. O povo Apyãwa-Tapirapé não foi diferente, o voto foi 100% para o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Estão querendo considerar que isso é uma fraude, mas não é. Foi uma decisão unânime de voto para o candidato eleito. Pode analisar que isso aconteceu tanto no primeiro turno e quanto no segundo turno”.
A aldeia também se manifestou via nota publicada na rede social da Copiap (Coordenação e Organização do Povo Indígena Apyãwa).
Houve outros casos de urnas que apresentaram unanimidade nos votos ou resultados próximos disso. No primeiro turno das eleições deste ano, de acordo com levantamento do Nexo, Lula conseguiu 100% dos votos válidos em 35 seções. Por mais que Bolsonaro não tenha conseguido nenhuma votação unânime, ele teve mais de 95% dos votos em seis seções.
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