O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a sugerir fraudes nas urnas eletrônicas em um pronunciamento nesta quarta-feira (26), logo após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Segundo apurações, as declarações são consideradas infundadas, é o que diz as auditorias e a Agência de Checagem Fato ou Fake, do G1.

Durante sua fala, Bolsonaro citou as eleições de 2014, vencidas por Dilma Rousseff (PT) contra Aécio Neves (PSDB), e afirmou que uma auditoria contratada pelo PSDB concluiu que as urnas seriam “inauditáveis”. No entanto, essa afirmação é falsa. O partido solicitou a auditoria ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para verificar a segurança do processo eleitoral, mas a investigação não encontrou qualquer indício de fraude. Em 2021, o PSDB reafirmou a confiança nas urnas eletrônicas e declarou que considerava as eleições de 2014 legítimas.
Ainda durante o pronunciamento, Bolsonaro questionou a atuação do TSE nas eleições de 2022 e insinuou possíveis irregularidades. No entanto, órgãos nacionais e internacionais atestam a confiabilidade das eleições no Brasil. Segundo o TSE, o sistema de votação eletrônica, utilizado desde 1996, não tem histórico de fraudes comprovadas e passa por diversas auditorias antes, durante e depois das eleições.
Entre os mecanismos de segurança, estão a auditoria prévia das urnas, os testes públicos de integridade, a emissão da zerésima (documento que comprova que não há votos registrados antes da eleição), o Registro Digital do Voto (RDV) e a emissão do Boletim de Urna (BU), que permite conferência manual dos resultados.
Além disso, em 2022, o sistema eleitoral foi submetido a testes adicionais, como a verificação biométrica dos eleitores e a análise de três mil boletins de urna pelo Tribunal de Contas da União (TCU), sem qualquer inconsistência.
Outro ponto relevante é que o próprio Ministério da Defesa, que na época era subordinado ao governo Bolsonaro, realizou uma análise do sistema eleitoral e não apontou qualquer fraude no relatório divulgado após as eleições de 2022.
As urnas eletrônicas continuam sendo reconhecidas por especialistas como um dos sistemas eleitorais mais seguros do mundo, e todas as tentativas de questionar a sua legitimidade não foram sustentadas por provas.