“Corremos um risco de ter um apagão cultural definitivo” diz Delegado Nacional de Cultura sobre a transferência do Centro Cultural

A transferência do Centro Cultural para a Biblioteca e a criação do teatro municipal tem divido opiniões. Para o ativista cultural Marcelo Santos, um dos delegados nacionais de cultura e também um dos fundadores do conselho municipal de cultura de Santo Antônio de Jesus, a mudança será desfavorável à preservação da memória cultural do município. “O Centro cultural é o símbolo do resgate da cultura de Santo Antônio de Jesus. Sabemos que a administração anterior deixou em andamento, a atual melhorou e deixou datas para o reinício das obras e inexplicavelmente foram canceladas”, relembra.

Sobre a reforma no Centro Cultural, Marcelo Santos confirma o andamento das obras e reitera o seu posicionamento frente às mudanças previstas para os dois ícones culturais do munícipio. “Eu acompanhei as obras com a então secretária Zeliane quando estive à frente na diretoria de Promoção à Igualdade Étnico-racial e realmente encontra-se no estado bastante avançando, característica que não é um mérito do atual secretário, que tem alguns dias à frente, a gente não pode ser engenheiro de obra pronta. O que eu acho é que o teatro no Centro Cultural não impede de ser centro cultural, até porque está ligado um ao outro”, defende.

Segundo o ativista cultural, foram apresentadas outras propostas, mas recusadas pela gestão atual. “Eu cheguei a propor que dentro do centro fosse colocada a Diretoria de Promoção à Igualdade Étnico-racial porque a gente poderia utilizar o teatro como oficinas, palestras e infelizmente o prefeito não acatou essa proposta e agora tomamos como surpresa talvez porque ele disse que é de veneta, ele quer deslocar a biblioteca para o centro cultural e o centro para a biblioteca”, argumenta.

Ainda de acordo com Marcelo Santos, o argumento do atual secretário de Cultura, Everaldo Júnior, está baseado na localização da Biblioteca. “O secretario disse que encontrou a Biblioteca junto a uma estação de transbordo, uma série de barracas ao lado que impossibilitavam um estudo desses livros. Eu sou contrário à transferência do Centro Cultural para Biblioteca, o centro é um símbolo de Santo Antônio de Jesus. Existe algo chamado adaptação acústica. Ele tirou uma sala onde tinha os livros, aglomerou num quartinho do fundo da biblioteca. Corremos um risco de ter um apagão cultural definitivo, como também perder a história materializada do município”, reclama.

(Viviane Silva/Blog do Valente)

 

 

 

 



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia