Sobre a praça Padre Mateus e a emancipação política de Santo Antônio de Jesus
A praça foi entregue neste domingo, dia 29, está prevista a inauguração da bela praça Padre Mateus, em comemoração aos 136 anos de emancipação política de Santo Antônio de Jesus. Porém, temos motivos para suspeitar que, na verdade, ainda não deixamos de ser uma província. Justifico. O que significa mesmo emancipar-se? Tornar-se livre, independente, não é?
Uma cidade verdadeiramente senhora de si, entre outras coisas, não se deixa deslumbrar-se pela entrega de um equipamento público, supostamente superfaturado em sua reforma – fala-se em R$8 milhões – e cuja obrigação de inaugurar, revitalizar, é mesmo do prefeito.
Além disso, se observamos bem, o trabalho não acaba na derrubada dos tapumes. A entrega é meramente simbólica, diante da garantia de que teremos atividades culturais; preservação ambiental e do patrimônio e segurança, uma vez que os índices de violência não são nada acalentadores. Para mim, o valor da praça é imensurável. Só que, insisto, não se poderia gastar menos?
Destaco a importância da sociedade civil organizada ao fiscalizar e cobrar mudanças em espaços de uso coletivo. Graças à postura de pessoas preocupadas com a questão ambiental, teremos sombras proporcionadas pelas árvores.
Receber a praça e elogiá-la não nos isenta do papel de questionar todas as coisas postas aqui. Um espaço que já passou por tantas mudanças e já perdeu grandes equipamentos, a exemplo do anfiteatro, não poderia ser devolvido à altura das nossas reais necessidades de lazer e cultura? Pensemos.
Fotos: Reprodução
