Do ponto de vista emocional, também se discute a Obesidade como um sintoma psíquico que se apresenta no corpo, a compulsão tem objetos definidos, não se “alimenta” somente por necessidades fisiológicas, mas também por uma tentativa de suprir um desejo, uma busca por satisfação.
Ou seja, nos alimentamos por vários motivos e um deles é para compensar emoções mal resolvidas. Quando uma pessoa está ansiosa e ela não decodifica a origem, algo precisa preencher essas sensações que na maioria das vezes incomodam. A tendência é buscar solução em algo físico: a comida!
De fato, o alimento sacia? Com certeza não, porque a “fome” continua lá. Podemos dizer então que indivíduos obesos tendenciam a utilizar o prazer oral como forma compensatória para lidar com as dificuldades e desprazeres, fazendo do ato de se alimentar também uma forma de lidar com manifestações emocionais o alimento entra com a função de aplacar o vazio, o desamparo, porém, nunca conseguirá preencher totalmente.
Movidos pelo princípio do prazer partindo do desejo original que está no campo do inconsciente muitos sofrem silenciosamente, convulsionando-se em angustias e depressões.
Entendemos que no tratamento com obesos, o psicanalista deve ajudar o indivíduo a sair do lugar de objeto e passar a ser responsável pelo seu gozo. A Psicanálise com ferramentas de elaboração poderá contribuir muito no tratamento da obesidade. Uma estrutura psíquica precisa ser trabalhada associada a ações práticas, reeducação alimentar, prática de exercício, entre outros.
A obesidade é uma doença que pode ser tratada, a pessoa não está fadada a esta realidade toda vida, ainda que continue acima do peso, poderá estar magro, desde que mude de posição, aprenda uma nova forma de lidar com o alimento, permitindo que o desejo possa vir a fluir de forma saudável.
Por Maristella Lemos e Regina Brasil. Psicanalistas do Espaço SuperAr.
