A situação dos moradores de rua nas praças de Santo Antônio de Jesus tem gerado revolta a muita gente. A prefeitura, Ministério Público e outros têm buscado meios para resolver o problema. Há uns meses, já era possível ver a Praça Renato Machado vazia durante a noite, sem pessoas dormindo ou usando drogas. Isso devido à ação da prefeitura de retirar os moradores das ruas. Entretanto, não é uma questão simples de resolver e isso foi comprovado na manhã desta terça-feira (23) durante a intervenção da Secretaria de Ação Social. Em contato com a Rádio Recôncavo, o morador de rua de prenome Wellington informou que eles não vão sair, pois não tem lugar para ficar. “A conversa era para a gente sair porque vai ter negócio de política aqui, a gente disse que precisamos de albergue porque não temos onde ficar. Precisamos de casa, comida e trabalho”, disse. Segundo ele, são cerca de vinte pessoas que ficaram nas ruas sem ter onde morar, por isso retornaram a Praça. “Durante o dia olhamos carro para ganhar dinheiro e quando não temos comida vamos pegar no lixo. Sou daqui de Santo Antônio, mas não tenho família, só um tio que mora aqui. Tem gente que está aqui que é de São Paulo, Minas Gerais, Sapeaçu”, explicou. Para ele, muitos querem retirá-los das ruas simplesmente pelo fato de “limpar” o espaço público, sem se importar de verdade com eles. “A gente não vai ao posto de saúde porque não temos documento, somos tratados como mendigo, lixo da sociedade, esquecidos por todos. Se estão preocupados com a praça que se preocupem com a situação que estamos passando. Não estamos reclamando da Ação Social não porque eles querem nos ajudar, mas aqui são seres humanos. Graças a Deus tem o pessoal da igreja que passa aqui e nos ajuda.”, frisou. Ele ainda enfatizou que não consome outro tipo de drogas, apenas a bebida (corote) para “deixá-los felizes”. A Secretaria de Ação Social estará mais uma vez no local para tentar dialogar com os moradores.
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